Ivanzinho era um amigo de infância, dos muitos que passaram em nossas vidas, como muitos devem ter. O conheci quando chegamos à Brasília no longínquo 1965 para morar na 312
norte, quadra popular e de funcionários públicos. Ele e seus irmãos foram os primeiros moradores da quadra que conhecemos quando eles nos ajudaram a descer a nossa mudança para morar no bloco I daquela quadra quando chegamos de Goiânia.
De uma família de 7 irmãos, Ivanzinho foi aquele que herdou e
soube usufruiu como poucos da vasta biblioteca que seu Zé Ivan, seu pai, deixou para a família.
No início dos anos 70 o rock and Roll aflorava para todos
nós jovens que víamos naqueles nossos ídolos tudo aquilo que queríamos ser: roupas coloridas, calças Lee, os cabelos longos,
e a postura de rebeldia, característica dos roqueiros que ousavam ser
diferentes dos outros anormais.
Ivanzinho, não sei da onde, mas ele tirava as informações
sobre cultura, sobre as bandas de rock que estavam em evidência lá fora, o que era
difícil naqueles tempos de pouco acesso às informações, e desfilava os hits cantando e dançando e fazendo
solos dilacerantes em sua guitarra imaginária debaixo do bloco I até irmos para o
bar Shop Chop tomar umas e comer as deliciosas coxinhas de frango e esfirras e
ouvirmos rock nos TKRs com os potentes amplificadores Tojos nos opalões,
fuscas, que ficavam com as portas abertas e a paulera rolando para o delírio da galera. Ali era o nosso
ponto de encontro nas tardes dos sábados e dos domingos.
A nossa turma reunida no Shop Chop: Falcon, Nego, Zezinho, meu irmão Tonho, Jovino e Pedrinho
Ali no estacionamento era onde colocávamos os nossos carros com o som ligado.
A nossa turma reunida no Shop Chop: Falcon, Nego, Zezinho, meu irmão Tonho, Jovino e Pedrinho
Ali no estacionamento era onde colocávamos os nossos carros com o som ligado.
Não sei porque, mas senti um pouco de remorso por não o
ter contatado nestes longos anos para falarmos da nossa infância e da nossa tão cultuada juventude, do velho e
bom rock and Roll, nossa grande paixão, e curtirmos a nossa velha 312 que tanto
amamos e odiamos naqueles dourados anos de nossas vidas.
Ivan foi mais uma vítima da violência urbana e dos descaso com a saúde pública no Brasil. Que Deus o ilumine e o receba ao som da banda que ele mais curtia, os Rolling Stones.
Yoy Can't Always Get What You
O que houve com o Ivan?
ResponderExcluirLuiz, ele foi passar férias em Fortaleza com os familiares, após um show, tentaram assaltá-lo, ele correu e foi baleado pelas costas. Ele foi socorrido e ficou mais de 12 horas para ser atendido no hospital. Como consequência desta demora, a bala havia perfuraro o pulmão e isto causou-lhe a sua morte. É o que vivemos em nosso pais, descaso com a segurança e a saúde. Jovino
ResponderExcluirdessa vez os bandidos venceram o mocinho, Ivanzinho nunca fez mal a ninguém, a não ser soltar pérolas da sua boca afiada de roqueiro da contracultura... Vida longa ao Ivanzinho!
ResponderExcluirÉ lamentável, realmente a saúde publica está a desejar. Ivanzinho que Deus receba para vida eterna.
ResponderExcluirMeus sentimentos aos amigos e familiares.
ResponderExcluirA vida neste país não vale absolutamente nada. Lá se foi Ivanzinho a troco de nada. Foi-se porque o Estado quer tudo o que pode arrancar de você e não te dá nada.
ResponderExcluirMeus sentimentos aos familiares e amigos.
ResponderExcluirMais uma vez a violência venceu, infelizmente. Até quando?!?!
Tem razão Luiz, o nosso país é uma nau sem destino, sem comandantes e comandados a deriva. Jovino
ResponderExcluirFico triste com o fato, mais um amigo de infância se foi, devido a incompetência dos nossos políticos e gestores da administração pública. Minhas condolências aos familiares.
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