quinta-feira, 21 de abril de 2011

FELIZ ANIVERSÁRIO BRASÍLIA - CARAVANA DA INTEGRAÇÃO NACIONAL

Para comemorarmos o aniversário de Brasília, replico o post que fiz logo no início do blog sobre a Caravana da Integação Nacional.

O filme é uma verdadeira obra de arte feita pelo Jean Manzon.

Vejam, que vale a pena. É história de Brasília e do Brasil.

Ao se aproximar a data de inauguração de Brasilia, brasileiros de vários cantos do país saíram em direção ao futuro Distrito Federal, naquilo que foi batizado de Caravana da Integração Nacional.

A intenção era mostrar a interligação do país por rodovias e a convergência para o Planalto Central desde o Norte, o Sul, o Leste e o Oeste. Também que as distâncias poderiam ser vencidas pelos veículos produzidos da nascente indústria automobilística nacional.
Os empresários do setor juntaram colunas com cerca de 50 unidades cada — Romisetas, Rural Willys, DKW, jipes, caminhonetes, caçambas, caminhões e ônibus. A primeira coluna partiu do Sul em 22 de janeiro. Saiu de Porto Alegre e percorreu 2.3 mil quilômetros, dos quais 1.4 mil asfaltados.

A caravana pronta para sair.

A maior caravana saiu do Norte, para percorrer 2.250 quilômetros de chão bruto, de Belém a Brasília, passando por São Miguel do Guamá, Açailândia, Estreito, Gurupi, Porangatu, Ceres e Anápolis.

Neste trecho apenas os percursos de Belém a São Miguel do Guamá e de Anápolis a Brasília estavam asfaltados. O carro que liderava o comboio era uma Rural Willys e que comandava o comboio de jipes que levavam 35 jornalistas. Enfrentaram chuvas torrenciais comuns no período na região amazônica.
Muitos obstáculos desafiaram JK na empreitada da construção da rodovia no trecho que cortaria a selva amazônica. Entre eles, além do alto custo, a presença de índios, animais selvagens e doenças tropicais ameaçavam a continuidade do projeto.
No ano de 1959, um decreto assinado pelo presidente previa a construção da Belém-Brasília, sendo encarregado para a tarefa o engenheiro Bernardo Sayão. Pela lei que previa também a construção da nova capital federal, uma rede de rodovias ligaria a sede do governo às demais regiões do Brasil.
Seriam elas a Brasília-Rio de Janeiro (hoje rodovia Juscelino Kubitscheck), Brasília-São-Paulo (atual via Anhanguera), Brasília-Livramento, Brasília-Fortaleza, Brasília-Acre e Brasília-Belém ou Belém-Brasília.

Veja o filme, uma obra prima de Jean Manzon

Enfim, juntos – Esta mereceu referência especial do presidente da República. Da sacada do Palácio do Catete, Juscelino Kubitschek classificou a movimentação como as “novas bandeiras para conquista e posse do território nacional” esperadas há 150 anos.

Ressaltou que a “bandeira saía do Rio de Janeiro em automóveis brasileiros, com pneumáticos brasileiros, petróleo brasileiro para trafegar por estradas asfaltadas com asfalto brasileiro”.

Destacou que a nova marcha, subindo o Planalto Central, se lançaria, dali, “à conquista dos seis milhões de quilômetros quadrados que ainda jazem desertos e adormecidos, esperando o passo redentor dos brasileiros”.

Ao longo do trajeto as caravanas foram recebidas com banda de música, discursos, bandeiras e aplausos.

Conforme programado, juntaram-se no dia 1° de fevereiro em Goiânia e, no dia seguinte, rumaram até a Praça dos Três Poderes, onde se transformou na Caravana de Integração Nacional.

A chuva de papel picado lançada pelos aviões da FAB em vôos rasantes coroou a carreata e marcou a consolidação da futura Capital Federal do Brasil.


Na manhã de 2 de fevereiro de 1960, data combinada para o encontro das quatro colunas, no apoteótico final da caravana, JK desceu de seu helicóptero branco e entrou na Romi-Isettinha.
Chovia, mas o presidente desfilou com meio corpo para fora da capota aberta.

Presidente Kubitschek chega triunfalmente na Romi Isetta

Fonte: Jornal o Globo e Portal ORM - Fotos reprodução)

9 comentários:

  1. Gozado, em 1960, aos sete anos de idade e em companhia d meu pai, fizemos o circuito em sentido contrário.

    Saindo de Anápolis, uma caravana de 15 caminhões levou 15 dias até chegar em Belém do Pará.

    Até Gurupi ainda se tinha estrada, a partir daí era praticamente uma abertura, sem postos de gasolina ou restaurantes, mesmo os mais simplórios.

    Os pontos de apoio eram os acampamentos da Rodobrás, autarquia criada para construir a Belém Brasilia.

    Ainda cheguei a ver o local onde falece o engenheiro Bernardo Sayão, vítima da queda de uma árvore no lugar que hoje se chama Ligação do Pará.

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  2. Assisti a este filme lá no museu do automóvel de Brasilia numa reunião de antigos com o Roberto Nasser e gostei muito desta Caravana que desconhecia a sua existência. Pesquisei na internet e achei o mesmo filme e postamos ele aqui.
    Jovino

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  3. Esta é a Brasília que já nasceu acelerada!
    Parabéns Brasília e amigos de Brasília!

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  4. Obrigado Roberto. Você também é um pouco brasiliense, pois andou uns tempos por aqui.
    Jovino

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  5. Jovino: você proporcionou-nos um presente muito lindo! Obrigado e parabéns!.Lipel

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  6. Valeu Lipel. Está é uma época em que os Brasileiros acreditavam em nosso país e ainda existia um espírito de patriotismo.
    Jovino

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  7. Parabens pela sua postagem ela é muito enriquecedora e conta uma parte da nossa história que está eternizada aqui, eu moro no estado de New Jersey e um colega meu que mora aqui que me indicou o seu blog, ele me informou que o pai dele foi quem dirigiu este ônibus da caravana que levou a comitiva para Brasília, será que você poderia fazer a inclusão do nome dele? Eu tenho todos os documentos que comprovam isso, caso voce queira, favor entrar em contato no e-mail abaixo que eu te passo todos os detalhes

    michel.mouralopes@gmail.com

    Grato desde já

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  8. Agora q vi o seu comentário. Tenho i ter esse sim, e eu, mais comunidade brasiliense agradece. Entrarei em contato com você. Aliás, estamos, agora em abril, dia 21, fazendo a segunda caravana. Meu email jovinocoelho@yahoo.com

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  9. Alguém do grupo lembra o nome da primeira empresa rodoviária, de passageiros, de ligação entre o Rio de Janeiro a Brasília e vice-versa?

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