quarta-feira, 11 de maio de 2011

TÚNEL DO TEMPO - PARA MACHUCAR OS CORAÇÕES

Estamos em Brasília, no meio da década de 60.

Brasília ainda era uma cidade tranquila começando a engatilhar e o automobilismo já era forte na cidade.

Os diversos circuitos das corridas de ruas de Brasília sempre fascinava os expectadores, pois tínhamos o contato quase que  direto com os carros que passavam ao lado da gente naqueles corredores humanos que se formavam para assistirmos as provas. Mas tinha uma curva, em especial, que eu sempre ficava, a curva do “S” do Hotel Nacional, palco do melhor Festival do Cinema Brasileiro na época.

Ali, era coisa de doido, pois quando eles contornavam a tesourinha lá na entrada do início da asa norte  em frente onde hoje é o Conjunto Nacional e pegava a via em direção ao Hotel Nacional passando por uma ponte com o Setor de Diversões Sul do lado esquerdo.

No meio de postes, árvores, meios fios e tudo que aparecia pela frente, os pilotos desciam de pé embaixo, faziam o “S” e contornavam a mini tesourinha e desciam em direção ao Buraco do Tatu.

Geralmente, este circuito era usado para as 200 milhas de Brasília.

Acordava bem cedo e no meio daquele frio e um ventinho leve e suave ficávamos posicionados no meio do pelotão de gente tentando achar um local melhor para podermos acompanhar as provas que eram realizadas neste circuito.

Criava-se uma expectativa muito grande, pois a qualquer momento, a largada poderia ser dada e não tínhamos, como hoje, nehum telão e nenhuma informação a respeito de quando haveria a bandeirada para o início da prova.

Aos poucos, começávamos  ouvindo o roncar das máquinas bem distantes e eles iam aumentando, anunciando que a largada havia sido dada. O som dos Gordinis, Fuscas, Alfas, Simcas, DKWs, protótipos, se misturavam e apontavam lá longe, e, simultaneamente, como que robotizados, os nossos olhos eram direcionados automaticamente para os carros e numa alucinação momentânea, nos transportávamos para dentro deles, como que se estivéssemos pilotando-os, até que voltávamos à realidade e os víamos descendo e contornando a curva do S.

Estas eram as provas que fascinavam o público em Brasília que lotavam as vias brasilienses naquilo que era o maior evento esportivo da nossa cidade.

Como cheguei em Brasília em 1966 e acredito que só comecei a assistir corridas lá por volta de 67 ou 68, peço ajuda aos amigos blogueiros brasilienses que chegaram antes e que possam ilustrar melhor os retratos.

Aliás, os retratos me foram encaminhados pelo meu amigo Fernandinho Lapagesse.
Obs. importante: houve algum problema com o Blogger e ele ficou dois dias fora do ar e apagou os comentários deste post. Portanto, peço desculpas para quem fez os comentários.
(clique nas fotos para aumentar)

Botinho e Januzi no S do Hotel Nacional

Bandeirada de chegada do Eixão Norte

Curva de acesso do Eixão Sul, defronte ao Setor Bancário Sul
 
Curva do S do Hotel Nacional

Monomarca ou supremacia dos Renaults. No eixinho Norte, próximo ao HRAN
 
Flávio Palma Lima e Botinho

O fusca do Botinho

14 comentários:

  1. Haja coração...meu caro Jovino você já disse quase tudo, era bem isto aí só faltou dizer o cheiro de gasolina peculiar era uma mistura de óleo, naftalina e etc...sinto até hoje este perfume que ficava no ar depois que passavam, e olha aí o Gordini número 2 do Flávio, no mais é só saudades...Rodolfo Michel Costea

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  2. Obrigado Rodolfo,
    Leia novamente o post com a sua participação.
    Abs.
    Jovino

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  3. Em tempo: da uma olhada no Gordini ( 2 ) do Flávio parece que o Mocambo Lanches patrocinou ele nesta corrida.abs.Rodolfo.

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  4. Lembrei de mais um item:
    A maioria dos câmbios na época eram de 4 marchar, e fazer o "S" do Hotel Nacional em quarta marcha não era pra qualquer um...Rodolfo Michel....

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  5. Obs. importante: houve algum problema com o Blogger e ele ficou dois dias fora do ar e apagou os comentários deste post. Portanto, peço desculpas para quem fez os comentários.
    Jovino

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  6. Belo post!Pelo vi a pista não mudou nada até hoje,e ainda daria uma boa corrida hoje.

    abs

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  7. Jovino, o que escrevi e apagou quando deu o pettit no seu pc foi que o cheiro peculiar do combustível que tenho até hoje guardado na memória, aquilo era um aroma que ficava no ar quando passavam, e outra foi que a descida do Hotel Nacional quem à descia em quarta sem reduzir para terceira era façanha para poucos... depois vou contar algumas histórias dos famosos peguinhas do Hotel Nacional. Rodolfo ( michelzinho )

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  8. Obrigado Rodolgo. Na realidade foi um problema no provedor do Blogger. Eles saíram do ar e sumiram com os comentários deste post.
    Jovino

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  9. Flávio Palma Lima. É meu amigo há muito tempo e nos vemos sempre no Iate Clube, quando ele está aqui na Capital Federal. Ele mora (quando está aqui em Brasília) em uma casa bem agradável, na Vila Planalto. Mas a maior parte do tempo está viajando com o seu moto-home, pelo Brasil a fora... Com a namorada (que é natural do Pará. CASQ.

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  10. Jovino, uma pequena correção: a bandeirada era no eixão sul, em cima do viaduto, antes da descida para o buraco de tatu que une o eixo sul ao eixo norte. Parabéns pelas fotos, voltei no tempo.

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  11. A primeira perna do "S", ainda no pontilhão, era feita sem pisar no freio (Assim fazia o saudoso Ênio!). Dizem que o Bôto tinha um botão no painel que cortava a luz de freio........ mas a embicada do fusca era reveladora!
    Rsrsrsrsrs e mais rsrsrsrsrs das estórias daquelas noites sem fim! Abraços, Clecio Parreiras.

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  12. Epoca de grandes emoções e de grandes amigos! Cada corrida muita preparação! Uma pista de rua sensacional com grandes curvas e com participaçao total do publico! Cada corrida uma troca de motor! Muito boa as 12 horas de Brasilia, com a largada a meia noite no Buraco do Tatu, na Rodoviario! Primeira participacão do Emerson Fitipaldi, foi em uma 12 horas, com um alfa Romeu marron, me lembro, pois estava nela!Pena que não chegou no final! Maravilha gente, toda essa lembrança!

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  13. É uma pena que o asfalto atual da capital brasileira está um lixo, cheio de defeitos, pois se não fosse isso e não havendo mais autódromo poderíamos retomar as corridas “legais” de circuito de rua. Abraços R. Linhares.

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