terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O PILOTO TITE CATAPANI

A matéria abaixo é do ótimo site Nobres do Gride e mostra com muita fidelidade a carreira do piloto Tite Catapani, que correu em diversas categorias do automobilismo brasileiro desde o kart, protótipos, carros de turismo e fórmulas.

José Renato Andrade Catapani nasceu no dia 17 de junho de 1947, em Limeira, Sua família era conhecida na região pois desde os tempos do seu avô, o negócio no ramo citricultor era o esteio da família, caminho que foi seguido pelo pai de Tite, 'seu' Vicente Catapani. A mãe de Tite, D. Corina, era a típica dona de casa daqueles tempos: cuidando dos filhos - José Renato e Carlos Alberto - e acompanhando a formação dos mesmos. Tite estudou em um colégio estadual em Limeira e, formou-se como técnico em contabilidade.
Família cultivava laranjas desde os anos 30, desde o avô. Seu Vicente seguia os passos de seu pai, fazendeiro da região e produtor de laranjas sempre gostou de carros e corridas e isso acabou influenciando o jovem Tite, apelido de família, e – fugindo bem à regra dos tantos que tiveram que começar a correr escondidos e/ou usando pseudônimos – ele acabou tendo o apoio e o incentivo em casa. Tite falou com emoção sobre o apoio que o pai lhe deu para correr, não apenas moral, mas financeiro, pois sabia que, para um rapaz do interior, chegar a competir e estar entre os melhores do Brasil não seria nada fácil.
Era através das revistas que seu pai comprava que eles acompanhavam o mundo das corridas e que ficaram sabendo da existência dos karts, quando estes surgiram nos EUA, no final dos anos 50. Depois disso, souberam que havia uma pessoa, um tal de Claudio Manuel Rodrigues, que estava construindo karts.

O kartismo logo começou a florescer, no rastro das provas de rua, nas cidades da região como Limeira, Piracicaba, Araras, Americana... e a leva de pilotos que estava se formando, copiando das revistas, começaram a construir os próprios karts e a organizar as corridas eles mesmos.


O "kart" construído por Tite e seu pai... um volante de carro e rodas de carrinhos de mão. Era um tempo de criatividade.

Os karts eram feitos “como dava”, até que um deles, o Renato Fumagalli, foi a São Paulo e comprou um Rois Kart, equipado com um motor de 100cc da marca McCulloch. Claro que, quando ele chegou para correr com este kart, além do fato de ele ser um ótimo piloto, ele ganhou fácil a primeira... aí seu pai falou: “vai a São Paulo e compra um kart destes...” Tite foi, comprou, voltou, e venceu o rival! Foi nestes tempos de kart que o pequeno Tite ganhou o apelido de Flecha... colocado pelo próprio pai! Após um treino em que marcou a pole position, ‘seu’ Vicente chegou e mandou: “o meu Tite é uma flecha!” Lógico que a garotada caiu de pau e o apelido acabou pegando. Tite acabou levando ‘numa boa’ o apelido e colocou flechas em seu capacete. Diga-se de passagem, 'seu' Vicente, sempre que podia, acompanhava o filho nas competições. Já D. Corina, ficava em casa... rezando! E pelo visto, o "sistema" funcionava.
Fã de velocidade, aos 14 anos viveu uma grande emoção quando Ciro Cayres, um dos grandes nomes do nosso automobilismo na primeira metade dos anos 1960, foi visitar a Rodobrás, fábrica de rodas que era de uma de suas tias. Claro que Tite foi lá para ver a ‘fera’ de perto e deu de cara com o carrão do piloto: uma Maserati 450S, com motor de oito cilindros. Ciro percebeu a empolgação de Tite e, após a visita, convidou-o para “dar uma voltinha. Segundo nos contou, Ciro Cayres pisou fundo na Via Anhanguera, quase ‘matando’ o menino de emoção.


Depois que passou a ter um kart de verdade, Tite dominou as competições que disputou, rivalizando com grandes pilotos da época.

Pouco tempo depois, os Fittipaldi, liderados por Wilsinho, a quem Tite já admirava como piloto, começaram a construir os karts mini, junto com Mario Carvalho e o Maneco Combacau. Tite já frequentava as “rodas de velocidade” em Interlagos e na loja de karts da Avenida Tabapuã, de propriedade de Carol Figueiredo e Maneco Combacau.
Como Tite andava bem com o Rois e vencia corridas e depois – com um Mini, pintado de azul – andava bem, o Wilsinho fez uma proposta: “Você não quer pintar o kart amarelo, coloca o nome ‘Mini’ e você corre para nós, divulgando nosso kart no interior do estado”. Tite, que já era fã deles, topou na hora! Pode ser Tite tenha sido o primeiro a ser convidado a fazer este tipo de contrato com a equipe.


O segundo kart verdadeiro de Tite Catapani foi um Mini. Logo Tite faria parte da grande esquadra de pilotos da equipe.

Posteriormente, quando os Fittipaldi venderam sua participação e Mario Carvalho assumiu sozinho a equipe, Tite recebeu – sem ter que comprar – um segundo kart, novo e mais desenvolvido. Ali já era a fase da Equipe Mini. Era o ano de 65.
Todos os pilotos mais novos da nossa geração de ouro do automobilismo aderiu àquela febre que era o kart, assim, os grids tinham os irmãos Fittipaldi, Chiquinho Lameirão, Carol Figueiredo, José Carlos Pace, Ludovino Perez, Maneco Combacau, Marivaldo Fernandes... e Tite Catapani! Foi nesta época também que os pilotos se uniram para fazer uma reinvidicação à FASP: Manter seus números! Todos os anos ou mesmo provas, os pilotos tinham que usar o número de inscrição... e isso mudava sempre! Com o pedido, cada piloto teria o seu número e Tite adotou o 94, o último que utilizara e que era o número de iscrição dele no Automóvel Clube Paulista.


Dos tempos da equipe Mini, consolidou-se a grande amizade com Emerson Fittipaldi, apesar de Tite ser fã do piloto Wilsinho.

As provas, antes do kartódromo de Interlagos ser construído eram feitas em parques e praças, como em frente ao Pacaembu ou no Ibirapuera. Tite lembra com emoção da prova inaugural do kartódromo de Interlagos, feito na gestão do prefeito Faria Lima. Além do fato dos kartistas ganharem – finalmente – um espaço para eles, foi ele – Tite Catapani – o vencedor da primeira prova disputada naquela pista que tantos grandes pilotos revelou. Tite sagrou-se campeão brasileiro de kart em 1968.
Apesar da paixão pelos pequenos e velozes monopostos, Tite estava crescendo e as ambições do piloto cresciam também. Contudo, em momento algum ele descuidou dos estudos, formando-se como Técnico em Contabilidade. Tite ainda tentou seguir em frente com um curso universitário, fazendo até o segundo ano de Direito. Contudo, o "velocitococus" falava mais alto!


O DKW foi o carro da primeira incursão de Tite com os automóveis. Andou na frente, disputando a ponta até ter problemas.

Já em 1966 nosso herói e artista de cinema (calma... a gente chega nessa parte daqui há pouco) começava a enveredar pelos caminhos das provas de automóveis. Inicialmente, nas disputas no interior de São Paulo, onde estreou ao volante de um DKW, alugado junto ao Romeu Partezani, que também pilotava na época, numa prova para estreantes em Piracicaba.
Naquela prova, outro herói de nossa galeria também rasgou o asfalto: Jan Balder, com um carro de fábrica. Tite largou na terceira posição, atrás de Jan Balder e Angi Munhoz. Tite tomou a segunda posição e disputou palmo a palmo com Jan Balder até ter um problema elétrico (soltou o fio de um dos platinados) e a longa parada nos boxes para descobrir qual era o problema, fez com que o resultado final fosse apenas uma 8ª colocação... mas ali já tinha como se ter a certeza de que dava para andar na frente com os melhores.

Com o furca da sua mãe, Tite venceu a segunda corrida que disputou... venceu mas não levou. Foi desclassificado "por um detalhe".

Outra passagem que Tite Catapani não esquece é a de sua primeira corrida em Interlagos. Sem ter um carro para correr, ele pegou emprestado o fusca da D. Corina e falou com o pai – sem dizer que ia correr, claro – que precisava do carro emprestado, que devolveria na segunda-feira. Junto com o mecânico Santo Miranda, sócio da oficina Miranda e Micheletti, deram uma melhorada no motor, colocaram um santo antônio, tiraram bancos e parachoques... aquela aliviada normal... e foram para Interlagos!
Com o fusca de sua mãe, Tite andou na frente dos Gordinis, grandes carros de competição na época para os carros de menor potência. No final da prova, um dos pilotos do Gordini estava indignado. Ele não considerava ser possível um Gordini, com motor 850cc, andar atrás de um Fusca. Ele pediu uma inspeção técnica e acabaram achando uma irregularidade, que nem foi proposital: o cano de escape estava 2 centímetros mais longo que o permitido. Contudo, a diferença não estava no escapamento, mas sim no volante!


No "cantinho" que sua esposa, Ana Cristina, criou, fizemos Tite viajar no tempo: "Fazia anos que eu não revia isso", confessou.

Apesar de ter em Wilsinho Fittipaldi uma referência e uma enorme admiração, foi com Emerson Fittipaldi que se consolidou uma grande amizade. A ponto dos dois trocarem diversas cartas, com Emerson contando detalhes espetaculares sobre como estava sendo a experiência de correr na Inglaterra, ricas em fatos que nunca foram citados, nem no livro da biografia do campeão (nota dos NdG: Como era algo muito pessoal, respeitamos o pedido de ‘seu’ Tite para não publicá-las).
Foi uma fantástica viagem no tempo que pudemos fazer junto com Tite Catapani ao reler as cartas daquela época... ok: vamos citar só dois trechos. Um em que o Emerson, mesmo estando prestes a sagrar-se campeão da FFord e de F3 na Inglaterra, ainda falava como piloto da Mini, recomendando o amigo para “não dar moleza” aos “putos da FBM”, os pilotos e a equipe dos Giaffone, concorrentes da Mini. E para o “Napa” (Mario Carvalho) preparar um kart “possuído” para quando ele voltasse, caso tivesse alguma prova antes do final do ano de 69. Outro, em que ele e Chico Rosa lamentavam a morte do irmão de Tite, em 1970.


Após a volta das competições em Interlagos, foi ao volante de uma Alfa GTA, privada, mas preparada pela Jolly que tite voou.

Esta foi a época em que a família Catapani viveu um drama particular: Carlos Alberto, o Cacá, irmão mais novo de Tite em um acidente de automóvel coincidiu justamente com o período em que Interlagos ficou fechado para reformas. Foi preciso muito apoio em casa – e isso ele tinha de sobra – para continuar com ânimo. Todos os amigos foram muito solidários, inclusive Emerson, que já estava na Europa.
Os pilotos que ficaram no Brasil sofreram com o fechamento de Interlagos para reformas, entre 68 e 69, com as provas sendo realizadas – quando realizadas – em algumas cidades como Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Rio de Janeiro. Em 1970 Tite conquistou seu primeiro troféu pilotando um carro ao invés de um kart. Foi nos 1500 km de Interlagos, em 8 de março, um 4º lugar, mas que ele não tem uma foto do fusca-carretera, feito de plástico! Um carro todo artezanal, como muitos faziam na época. Tite lamenta não ter uma foto sequer da sua obra de arte, principalmente porque era a prova de reabertura do autódromo de Interlagos após a reforma de 68/69.


Além da Alfa, Tite correu com o protótipo Royale, muitas vezes em parceria com Lian Duarte. Um carro rápido e manhoso.

O resultado na pista empolgou Tite e ele decidiu comprar um carro e prepará-lo para competir. Depois de analisar as possibilidades, optou por comprar um Alfa Romeo, uma vez que eram as Alfas da equipe Jolly os carros dominantes das provas nacionais. Tite então comprou uma Alfa GTA e passou a correr como membro independente da equipe Jolly: o carro era dele, o suporte técnico era da equipe. A vitória veio na segunda prova, no torneio sulamericano e em maio de 1970, em parceria com Piero Gancia. Na prova seguinte, as 250 milhas de Interlagos, mais uma vitória da Alfa número 94!
A compra da Alfa teve uma influência direta da amizade com Emilio Zambello e para correr, Tite ainda contou com a força de um antigo adversário: seu patrocinador era as Rodas Fumagalli... o mesmo Fumagalli da família contra quem Tite disputou suas primeiras provas de kart, no interior de São Paulo mas que não quis seguir a carreira de piloto.


Tite vai buscar o troféu do campeonato brasileiro de kart, ganho em 1968. As estantes, repletas de troféus tem este bem no centro.

Nos 500 km de Interlagos Tite estava confiante, mas considerava o Bino Mk II da equipe comandada por Luiz Antônio Greco e pilotado por Luiz Pereira Bueno como o carro a ser batido... e no final, eles foram os vencedores. Mesmo assim, os resultados obtidos ao longo do ano renderam à Tite Catapani a maior honraria que era dada aos pilotos da época: o cobiçado Prêmio Victor. Além disso, Tite foi matéria das principais revistas do país e das colunas de esportes de todos os jornais. O prêmio foi entregue por ninguém menos do que Colin Chapmann, que, se não jogou o boné para o alto, fez a deferência de tirar o chapéu para Tite Catapani.


A Lola T210 tem uma história de amor que Tite chega a mudar o tom de voz quando fala deste carro, que chama de "Lolinha".

Tite Catapani correu em dupla com Lian Duarte com o protótipo Royale em algumas provas e posteriormente veio fazer parte da mais bem estruturada equipe já montada na história do Brasil: a Hollywood. Nesta época Tite já corria com um Lola T-210, um carro maravilhoso.


Entre as grandes conquistas de Tite Catapani, impossível não destacar o Prêmio Victor, entregue pelas mãos de Colin Chapmann.

O ano de 1971 foi um ano pródigo, com muitas conquistas nas pistas e Tite já era considerado um dos maiores ases do Brasil e o sucesso rendeu-lhe um convite inusitado: participar como ator de um filme estrelado por Roberto Carlos! Tite interpretou o campeão inglês que veio disputar a Copa Brasil de automobilismo. O convite surgiu por conta de Tite ser frequentador dos shows do cantor, inclusive dos camarins, por ser o empresário de Roberto, um amigo do piloto e conterrâneo de Limeira. O convite, inclusive, foi feito pelo próprio Roberto!


Foi pilotando a Lola que Tite participou do filme "Roberto Carlos a 300 Km/h, interpretando o campeão inglês... com pose de galã.

Uma passagem “interessante”, na opinião de Tite e “espetacular” na nossa foi o acidente que o cantor sofreu, no contorno da curva do laranja, quando perdeu o controle do Avallone-Chrysler, rodou e foi parar na valeta que tem na parte interna da curva, entre o laranja e a ferradura. O susto foi grande, mas Roberto fazia questão de pilotar o carro (ele era freqüentador assíduo de Interlagos, freqüentava os boxes e era fã do Camilo Christófaro).


Durante as filmagens, Roberto Carlos sofreu um acidente e, logo em seguida pediu para andar com Tite na Pista para "tirar o trauma".

A cena, que fora toda gravada, foi usada no filme como sendo um acidente de treino do piloto Rodolfo Lara, interpretado por Raul Cortez, pelo trauma de um grande acidente sofrido anteriormente. Depois do susto, Roberto pediu a Tite para dar umas voltas no circuito com ele no carona... após voar com o Flecha pelos 8 Km de Interlagos, o cantor agradeceu pela experiência e confessou que, por mais que gostasse, nunca conseguiria guiar daquele jeito... nas palavras do próprio Roberto, “cada um na sua, eu não tenho nada de piloto”!

Naquele ano Tite participou de uma prova do mundial de protótipos em dupla com Wilson Fittipaldi Jr., nos 1.000 Km de Buenos Aires. Tite também correria outra prova internacional, os 1.000 Km da Áustria, no autódromo de Zeltweg, dessa vez dirigindo um Porsche 908/2, em dupla com o velho amigo Luiz Pereira Bueno. Era também uma etapa do Campeonato Mundial de Marcas e o carro chegou a ocupar a 4ª posição, com Luiz Pereira Bueno ao volante. Tite não chegou a correr, fez apenas os treinos uma vez que o Helmut Marko – que fazia dupla com o Moco – em uma Ferrari da equipe oficial da fábrica acabasse acertando a Porsche dos brasileiros e acabasse tirando o carro da prova.
Mas aquele início de década também teria sua parte difícil... o convite de Luiz Antônio Greco para participar do I Rally da Integração, pilotando uma perua Ford Belina, tendo como navegador Arthur Mondin parecia ser um desafio e tanto, além de uma nova modalidade de competição. A prova tinha 3.300 km, Saindo de Fortaleza (CE) e chegando no extremo sul do Brasil, no Chuí (RS), literalmente atravessando o Brasil. Tite nos contou que por vezes, trocou de lugar com o navegador e numa sestas trocas, eles foram pegos de surpresa por uma neblina fortíssima. Acabaram saindo da pista e capotaram. Ele precisou se submeter a uma cirurgia para a retirada do baço e ficou 6 meses fora das pistas.


Depois de formada a Equipe Hollywood, Tite passou a correr no melhor esquema profissional que poderia encontrar no Brasil.

Enquanto foi permitido o uso de carros importados no Brasil, Tite Catapani e sua Lola T-210 – que Tite chama, carinhosamente, de “Lolinha” – conquistaram diversas vitórias e também em parcerias com Luiz Pereira Bueno no Porsche 908/2 nas provas brasileiras, algumas inclusive disputadas em circuitos improvisados, como as famosas “voltas do Mineirão”, corridas em torno do estádio.


A equipe era a Hollywood, mas a Lola era sua, apenas pintadas com as cores do time. Foram várias conquistas ao longo dos anos.

Quando não foi mais permitido o uso de carros importados nas competições nacionais, a equipe Hollywood já utilizava os carros montados no Brasil, como o Opala e o Maverick e Tite Catapani, como quase todos os pilotos de ponta do país, foi participar da categoria Turismo Divisão 3, destinada a automóveis de linha, fabricados no Brasil, mas devidamente preparados. Tite disputou corridas dividindo o carro com Luiz Pereira Bueno algumas vezes. “Uma experiência maravilhosa”, confessa. Venceu provas de longa duração, tanto pela Equipe Hollywood quanto, posteriormente, correndo com o patrocínio da Manah, sempre com os Maverick.


Com a proibição dos carrões importados, os pilotos tiveram que "se virar" com os nacionais: "foi um enorme retrocesso", diz Tite.

Foi nesta época, em 1973, que Tite casou-se com Ana Cristina Benninger, com quem veio a ter três filhos, que hoje trabalham com ele no escritório em Araraquara, cidade onde mora atualmente. Foi nesta casa que encontramos “o cantinho”, como ele referiu-se antes de marcarmos nossa visita. Na verdade, o “cantinho” é a garagem embaixo da edícula da bela casa em que ele mora e que foi um presente da Ana Cristina, que carinhosamente reuniu todo o material de formas a preservá-lo. Tite é um dos poucos a ter um pequeno museu.


Com o surgimento da F Vêm Tite foi andar de monopostos... dizia que "não era seu forte, sempre andou entre os primeiros.

Tite lamentou muito a perda do campeonato brasileiro da Divisão 3 em 1974, perdido na última prova, em Cascavel-PR, por conta de um pneu furado há 5 voltas do final... uma “pedra cantada”, pois ele falou com o chefe da equipe que os pneus estavam muito gastos... o título acabou ficando para Edgard Melo Filho.


Nos anos 80, voltou aos karts... na verdade nos poderosos superkarts, com seus dois motores e uma velocidade alucinante.

Com a diminuição de opções das divisões de carros de turismo. surgimento da Fórmula Super Vê, muitos pilotos entraram na categoria, entre eles, Tite, convidado por Anísio Campos. Humilde, Tite afirma que monopostos e fórmulas “não eram o seu forte”, que preferia os carros esporte ou mesmo os de turismo, mas nunca deixou de andar no pelotão da frente. Em 72 ele também participou do festival de Fórmula 2 no Brasil.


Na garagem do escritório, no centro de Araraquara, Tite guarda algumas relíquias... ele também é um "apaixonado por duas rodas".

A última prova de Tite Catapani nas provas de Turismo foram as 6 horas de Interlagos, onde correu ao lado de Jan Balder terminando em 5º lugar. Tite disputou também as primeiras provas dos superkarts, com dois motores e 250 cc, em 1983... ele fala com certa nostalgia que o aumento das exigências sobre os pilotos, que precisavam se dedicar mais aos treinos e, com três filhos pequenos e os negócios da família para cuidar, era preciso tomar uma dura decisão: abandonar as pistas.


No "cantinho" montado por Ana Cristina, Tite pode se orgulhar de sua história nas pistas. Um verdadeiro Nobre do Grid!

Hoje, Tite Catapani é um empresário bem sucedido do setor agropecuário, continuando e fazendo crescer os negócios de família no ramo citricultor no interior paulista e na criação de gado no estado do Mato Grosso. Segundo os amigos, não é adepto ao chapéu, como usava ‘seu’ Vicente, mas como ele disse gostar de bonés, a nossa marca está desfilando por pastos e laranjais graças a este grande piloto e grande ser humano que ele é.
Fontes: Revista Quatro Rodas, Revista Autoesporte, Revista Brasileiros, Obvio, Yellowpages, Depoimentos e arquivos pessoais do piloto, CDO.

4 comentários:

  1. Fabiani C Gargioni #279 de janeiro de 2013 às 00:54

    Grande historia Jovino, de um grande piloto que muitas vezes não e reverenciado como devia, eita Brasil... Sempre fui fã do Tite folhava as 4rodas do meu pai e ficava babando e imaginando as corridas com os protótipos inclusive eu tenho uma 4Rodas que aparece ali na postagem, show parabéns ao Tite ao Nobres do Grid e à vc Jovino pela menção!!!

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  2. Oi Fabiani, tenho esta quatro rodas também. Gosto do trabalho do pessoal do Nobres do Gride e de vez em quanto, roubo uma matéria deles. Estes pilotos são nossos ídolos e sempre quisemos fazer o que eles faziam. Jovino

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  3. Tio Jô, muito boa a reportagem sobre a 312 N. Chorei de rir com a história das bombas. Coitado do Tio Lú. rs Essa família Coelho é muito Rock'n Roll mesmo. Amo todos. bjus Jana

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  4. Vi muitas corridas em Interlagos antigo ( 7960m) com o Tite e essa maravilhosa Lola, Alfa, Royale, Porsche.Manta, Puma,Lorena GT, Avalone,JK, Opalas, Mavericks, Brasília, DKW, a carretera do Camilo Christofaro, Simca, Dodge, e claro...Fusca...bons tempos!

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