Luiz Estevão, que mais tarde viria se tornar Senador da República, se iniciou no automobilismo por obra do saudoso Gulú Nardelli que o convenceu a participar dos “Mil Km de Brasília” de 1969 com um protótipo equipado com motor Volkswagen.
Estevão participou de algumas provas com esse carro, mas pretendia correr com um exemplar mais desenvolvido e com isso fez uma encomenda à Auto Modelo, oficina especializada em carros da marca Volkswagen que era comandada pelo Karl Von Negri, também piloto de automóveis.
Nessa oficina, à época localizada na Aw. W4 norte, Von Negri e seu fiel parceiro Alex “Alemão” construíram para Estevão um protótipo tipo “barchetta” com chassi tubular e mecânica Volkswagen, que recebeu o nome de AMOK (AM de Auto Modelo e OK de Pneus OK).
Esta era a oficina Auto Modelo de Von Negri onde foi construído o protótipo AMOK e muitos outros carros de corridas naquela época.
O carro tinha o motor colocado entre-eixos e fez sua estréia no dia 07/12/1970 na prova “200 Milhas de Brasília”, quando Luiz Estevão o levou ao terceiro lugar, batido apenas pelo Opala de Toninho da Matta e pelo Puma de Angi Munhoz.
Uma semana depois o carro participou dos “Mil Km da Guanabara”, sendo pilotado por Luiz Estevão e Gulú Nardelli, onde abandonou com problemas de motor.
Em janeiro de 1970, então pilotado por Estevão e Luiz Barata o carro terminou em 13º lugar nos “500 Km de Belo Horizonte”, prova disputada em circuito improvisado no estacionamento do Estádio Mineirão.
Para os “Mil Km de Brasília”, prova disputada debaixo de muita chuva, tendo Estevão/Barata na sua condução, o AMOK chegou a figurar entre os quatro primeiros, mas acabou sucumbindo aos problemas mecânicos e terminando a prova na 14ª colocação.
Com a proibição de corridas em circuito de rua em Brasília, a participação do AMOK em corridas ficou limitada em 1970 a uma discreta participação dos “Cem Km de Goiânia” em outubro.
Em 1971, Estevão associou-se a Alex Dias Ribeiro na condução do protótipo que passou a ser preparado na oficina da Camber, que tanto sucesso tinha obtido com o protótipo “Patinho Feio”, e daí surgir a confusão que muitos fazem com os dois carros.
Num esquema mais profissional, Estevão e Alex passaram a participar das principais provas nacionais, vindo a correr em São Paulo e no Rio Grande do Sul.
A primeira investida aconteceu nas “12 Horas de Interlagos”, prova que abriu o campeonato brasileiro e que foi vencida pela Alfa Romeo GTAm dos irmãos Alcides e Abílio Diniz. Nessa prova os pilotos de Brasília foram obrigados a abandonar com problemas de motor, sem que antes demonstrassem um bom desempenho.
Na prova “Torneio União e Disciplina”, disputada em Interlagos, Estevão/Alex se apresentaram mais uma vez muito bem, mas novamente foram obrigados a abandonar com problemas de motor.
Na segunda etapa do campeonato brasileiro, as “6 Horas de Interlagos”, o AMOK ficou em 12º na classificação geral e 5º na sua categoria.
A terceira etapa do brasileiro foi disputada em Tarumã no Rio Grande do Sul e nessa prova o AMOK classificou-se em 5º lugar na geral e em segundo na sua categoria, numa demonstração de que o carro tinha um bom desempenho. E foi em Anápolis, próspera cidade do Estado Goiás, que conquistaria a sua primeira vitória sob o comando de Luiz Estevão, à frente dos protótipos Fúria de Olavo Pires e AC de Clóvis Ferreira.
Nos “500 Km de Interlagos” o carro acabou abandonando com problemas na alimentação de combustível.
No dia 17/10/1971, na prova comemorativa do aniversário de Goiânia, em circuito improvisado na Avenida Assis Chateaubriand, o AMOK, sob a condução de Luiz Estevão obteve a sua segunda vitória.
Nessa prova estavam presentes o Avallone Chrysler de José Pedro Chateaubriand e o Fúria Chevrolet de Olavo Pires, mas beneficiado pelo circuito travado, Estevão assumiu a liderança logo no início da prova, mantendo até a bandeirada final.
Em 1972, com Alex Dias Ribeiro passando a integrar a equipe Hollywood, a dupla foi desfeita e o AMOK foi vendido a Jefferson Cardoso, piloto de Goiás que participou com ele, sem muito destaque, da “Copa Paraná”, realizada no autódromo de Curitiba.
O carro fez sua despedida das pistas na prova de inauguração do autódromo de Goiânia, quando foi conduzido por Jefferson Cardoso e terminou na nona colocação.
O início da construção
detalhe do acoplamento do câmbio ao chassi do AMOK
O chassi quando chegou à Brasília
Segundo Von Negri, este chassi foi trazido por Luis Estêvão e entregue a ele para a construção do protóripo AMOK.
Detalhe da carenagem traseira
Motor entre-eixos e já pegando forma com a carenagem em fibra de vidro.
Suspensão traseira e dianteira já instaladas no protótipo.
Os primeiros testes realizados por Von Negri na asa norte.
Veja que lá atrás está o fusca de Von Negri que correu as 500 milhas da Guanabara em 69. Seria o protótipo em construção colocado a comparação de performance!!!!
Luis Estêvão acelerando nos primeiros testes!!!
A frente já instalada em fibra de vidro. Faltando apenas a laminação
O protótipo já pegando forma com a carenagem montado no chassi.
Os primeiros testesE aqui o AMOK já totalmente construído e pronto para correr.
Abaixo, todas as participações do AMOK nas competições brasileiras.
Fonte: Napoleão Ribeiro.
Muito bem documentado. Parabéns!
ResponderExcluirValeu Sidney. Apareça sempre. Jovino
ResponderExcluirJovino, parabéns, excelente material. Só uma dúvida, se o chassi chegou pronto à Auto Modelo, quem seria o construtor do chassi ? abs
ResponderExcluirJoaquim, o Von Negri também não sabe informar. Disse apenas que o Luis Estêvão apareceu com o chassi. Jovino
ResponderExcluirDá gosto relembrar esta época. O automobilismo era mais saudável. Parabéns pelo acervo.
ResponderExcluirBelo carro.
ResponderExcluirVi vencer em Anapolis! Torci por ele.
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