Esta é uma pequena homenagem que o Mocambo Blog faz para um dos mais queridos e respeitados mecânicos da primeira geração que habitou Brasília nos primordios dos anos sessenta, quando afloravam a juventude que veio para a recém inaugurada capital federal e que eram carentes de lazer, fazendo das largas avenidas da cidade, um local para praticar os primeiros peguinhas, e o mestre Coqueiro, fazia o "veneno" dos muitos DKWs, Gordinis 1093, Berlinetas, Simcas, Fuscas e tantas outras máquinas que desciam o circuito do Hotel Nacional, que outrora, fora o local onde a juventude brasiliense aprontavam das suas antes de irem para as boates e os barzinhos da moda para tomar umas e outras e contarem vantagens.
E O BELO RELATO DE CARLINHOS PONTUAL
"Por razões outras além de envenenar a vemaguet normalista do meu velho para os pegas regados a conhaque dreher nas madrugadas congelantes do Hotel Nacional, eu ia muito à oficina do Coqueiro e à do Gastone, quase sempre na companhia do Luizinho Federal e do Pimentel, para buscar aculturação, pura aculturação, enquanto, claro, fazia hora para assinar o ponto no Bar do Porto. Giovani e Plínio ainda mijavam nas calças quando aprendi, por exemplo, que o Coqueiro, na condição de Dionísio, era o deus do vinho, filho do próprio Zeus com a mortal Sêmele, e que tocava sete instrumentos nas alegres bacanais das colheitas gregas (com o Cesinha de vez em quando fazendo solo na gaita). Aprendi com os dois (o Coqueiro e o Gastone) a curtir ópera (ópera!), que antes odiava, exercitando o ouvido com a bela ária da Musetta de La Boheme na surrada vitrola telefunken do Gastone com agulha de diamante. E, enfim, é dessa mesma vitrola do Gastone na nossa longínqua 114 que me vem a marca musical da figura divina do Coqueiro, e da sua saudade, representada por uma música que colocavam às vezes no final da tarde e que cantavam juntos, abraçados, como se realmente houvesse uma Marilu na vida de ambos. Era quando até o sisudo Waldir Lomazzi, o mosqueteiro mais novo, olhava disfarçadamente pro teto e entrava no ritmo, imaginando que ninguém estivesse notando.
Consegui localizar na Internet a gravação original da música do Mario Lanza a que me referi, que ora repasso aos amigos do inesquecível Coqueiro.
Abraços !Carlinhos Pontual"
Consegui localizar na Internet a gravação original da música do Mario Lanza a que me referi, que ora repasso aos amigos do inesquecível Coqueiro.
Abraços !Carlinhos Pontual"
Esta, segundo o Ricardo, o músico do violão de sete cordas, foi a última apresentação do Coqueiro e com o vocal do Waldir Lomazzi. Muito legal este vídeo.
Comentário do Miguel encaminhado para o meu email:
ResponderExcluir"Jovino;
Não sabia do falecimento do Coqueiro, um ótimo mecânico, mexeu por anos os carros da minha família embaixo de uma arvore...
Nossos sentimentos.
Miguel Pinheiro"
Meus sentimentos, dizer o que?
ResponderExcluirRodolfo.
Meus sentimentos à ele e toda sua família!!!
ResponderExcluirR.I.P. Coqueiro
ResponderExcluirUm grande músico a quem eu tive a satisfação de acompanhar com o meu violão por longos anos.
ResponderExcluirJovino,
ResponderExcluirSoube do seu blog hoje, por ocasião da missa de 7º dia do grande Coqueiro.
Era menino quando o Mocambo era o ponto de encontro da "mocidade" de Brasília, nos anos 60.
Sei que era ponto do saudoso amigo Paulo Guaraciaba, de um primo que trabalhava na Disbrave, na 502 sul, Hélio Galvão Rochael e do meu grande amigo Waldir Lomazzi, com quem convivo e o acompanho no bandolim e na voz, e isso desde o tempo em que acompanhava o Coqueiro, próximo a 4 décadas.
Não frequentava o Mocambo porque a idade~, à época, não permitia.
Mas indico, no link abaixo, a última vez em que o Coqueiro, comigo e Waldir Lomazzi, na data do seu aniversário de 82 anos (14/07/2012) expressou a sua emoção ao tocar o seu bandolim.
Segue o link . . .
http://www.youtube.com/watch?v=WWKmbmZwKiY
Essa gravação de Murmurar da Cachoeira se deu no mês de setembro de 2011, na casa de minha mãe Martha Rochael França, na HIGS 714 bloco P.
ResponderExcluirFoi a última seresta da qual minha amada mãe participou.
Faleceu em 03/01/2012, aos 87 anos.
Oi Ricardo, postei o filme da última apresentação do COqueiro e sua turma. Abs. Jovino
ResponderExcluirOla jovino, lembro-me muito do coqueiro, no início da década de 70, bsb ou goiania, não sei, do tio dele o BEPE, um grande amigo do nosso pai, vei toiim, como dizia o mirandinha,nosso amigo,já falacido,muitas saudades daquele tempo, meus pêsames aos familiares do coqueiro, abraço a todos.
ResponderExcluirmarcios
Tirando a tristeza da nota em si, que delicia encontrar uma turma que se reúne e faz acontecer encontros onde a amizade é a tônica.
ResponderExcluirCertamente mais um meca de talento no céu dos pilotos, pronto prum rápido acerto e depois, colocar a moçada pra cantar.
Aqui em sampa, raramente - e bota raramente nisso - acontecem saraus do tipo. R.I.P Coqueiro!
Regi, aqui em Brasília existem vários grupos ligados a automobilismo que se reúnem sempre para bates papos,um sarau, entre outras coisas. Tem um grupo do Carlinhos Pontual que se reúnem há mais de 40 anos no bar da lapa, tem este do Coqueiro com muita música, tem o das quartas numa pizzaria do lago sul e ainda, o das sextas, lá no Beer Fast, no Pontão. acredito que pelo fato de Brasília ser uma cidade pequena, principalmente no início dos anos sessenta, formou-se muita amizade muito forte entre estas pessoas. Abs. Jovino
ResponderExcluirLembranças felizes tenho do grande amigo Coqueiro, lembranças das piadas contadas todos os dias na PIZZARIA GERMANA, lembranças qndo falava que ele e meu pai (Roque) tbm de descendencia italiana eram parecidos na beleza (rsrsrsrs) ao contrário.........soube do falecimento apenas 8 dias depois, estive fora de BSB por vários dias por ocasião do aniversário de 89 anos do meu pai que mora no ES.
ResponderExcluirA família Coqueiro deixo meu profundo pesar.
Rosi Lattaro
Meu ex sogro, à quem eu tratava carinhosamente por "pai". Infelizmente, só fui notificada de sua "transição", tres (3) meses depois, por telegrama...tive a honra de conviver com ele por muitos anos e comigo, ficam as melhores lembranças, dos meus também, melhores anos.
ResponderExcluirMinha saudade, minha admiração, respeito e o privilégio de ter estado com ele na condição de nora/filha, compartilhando momentos inesquecíveis em sua residência, na 715 Sul, na Oficina da 510, no Germana, nos peixes que gostava de preparar, logo que chegava das pescarias e sobretudo, da música que trazia em sua alma e transpunha para os dedos de uma mão calejada pelo digno trabalho diário na Oficina e nos contagiando com sua alegria e irreverência diante da vida, nos acordes de um bandolim, violão, violino, acordeon, cavaquinho...fôsse o que fôsse, ele tinha o Dom de musicalizar qualquer instrumentos que lhe caísse às mãos.
Assim, musicalizou sua vida e a de todos os que fizeram parte dessa sua jornada pelo Planeta... foi além de si mesmo, deixando-nos o simples exemplo de que com humildade, alegria e desprendimento, somos capazes de transformar a vida numa eterna "Canção".
Deixo aqui, neste Blog, meus sentimentos à toda "Família Coqueiro", incluindo os músicos que o acompanharam, os amigos e admiradores que, assim como eu, ficaram com as melhores lembranças deste Ser Humano, admirável!!
Um lágrima escorre por minha face neste instante ... gostaria de ter me despedido dele ou pelo menos, homenageá-lo no derradeiro "adeus" mas Deus me deixou apenas com a última imagem dele em minhas recordações, saindo de casa, numa noite chuvosa de Natal, no ano de 2011, com os amigos e seus instrumentos para tocar e alegrar o coração de todos que o ouvissem naquela noite fria.
Meus sentimentos à Família França, pela "transição" de dona Martha. Ricardo, Hamilton, José Mauro e enfim, aproveitando a oportunidade, triste, para prestar minhas homenagens, últimas ...
Deus os abençoe!
Tatiana, somente hoje vi seu post... que maravilha! Nosso velho Coqueiro, com quem tanto aprendi, é merecedor desse texto emocionante. Só aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo compreendem tudo isso que vc escreveu acima. Obrigado pela lembrança do passamento de Dª Martha.
ExcluirDeus a abençoe!
Hamilton.
Grande Coqueiro ......
ResponderExcluirSaudades desse velhinho rabugento e amoroso. Saudades do som do bandolim. Descanse em paz meu avô!
ResponderExcluirPor anos fui fiel à sua amizade advinda do meu pai (Geraldo Mendonça a quem ele tinha intimidade para chamar de Ladico)dos tempos remotos de suas mocidade em Goiás e sobretudo fiel à oficina do amigo sempre íntegro e espirituoso em quem eu confiava cegamente. Às vezes era igualmente bem atendida pelo jovem Giovane em quem eu podia igualmente confiar e como doeu uma dor que dói até hoje com sua morte e da moça a quem amava ainda que com idas e vindas. Fato eternamente inaceitavel em meu coração. Agora, do querido Coqueiro, soube só hoje. Descanse em paz amigo e se encontrar com seu neto e papai aí em cima, diga que lhes envio um beijo molhado pelas lágrimas da emoção e da saudade.
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