As fotos abaixo, com exceção da primeira, são do arquivo pessoal do meu amigo Fernandinho "Lorena" Lapagesse.
Lançamento do Copersucar Fittipaldi no Salão Negro do Congresso Nacional.
As crianças que aparecem nas fotos são os seus filhos, Ana Cristina e Luiz Paulo, como prova de que o "virus da ferrugem" já estava contaminando novas gerações.
"Depois de 356 dias de trabalho, desde a reunião na casa de Wilsinho, em 25 de outubro de 1973, o primeiro carro de Fórmula 1 brasileiro foi apresentado em grande estilo no Salão Negro do Congresso Nacional, com a presença do então presidente Ernesto Geisel. Wilson Fittipaldi Júnior partiu do nada e conseguiu vender seu sonho a um patrocinador por dois milhões de cruzeiros (atuais 3,063 milhões de reais) para começar a tornar realidade o primeiro carro brasileiro de Fórmula 1.
Na pré-história do computador, 18 pessoas trabalharam em regime de tempo integral para cumprir o cronograma de 10 meses. Gastaram 108 quilos de papel vegetal em 4.000 desenhos de suspensão traseira, 140 da dianteira, 280 do chassi monocoque e milhares de plantas de peças avulsas.
Aqueles que achavam que o carro brasileiro seria uma simples cópia disfarçada de algum protótipo daquele ano, ou uma mistura dos Fórmula 1 da época, surpreenderam-se ao deparar com um F-1 moderno, no mínimo diferente da mesmice existente. Se ia dar certo, era uma questão de testes, muitos testes, para concorrer com os europeus.
O Fitti FD-01 surpreendeu na apresentação. Era um carro sem dúvida bonito, muito mais aerodinâmico que qualquer outro da categoria e com grandes inovações no sistema de refrigeração. O radiador, não exposto, reduzia a área de atrito contra o vento, e as tomadas de ar, embutidas na carroceria, contribuíam para dar mais penetração aerodinâmica ao novo modelo".
SEUS RESULTADOS
"Aos que teimam em lembrar da Copersucar, depois Fittipaldi, como um capítulo risível da história da F-1, alguns números são esclarecedores. Na temporada de 1980, por exemplo, o time brasileiro terminou o campeonato com 11 pontos, em oitavo lugar. A Ferrari ficou em décimo, com oito. Dois anos antes, a equipe ficou na frente de McLaren, Williams, Renault e Arrows no Mundial de Construtores. E Emerson Fittipaldi, que juntou-se à Copersucar em 1976, marcou um ponto a menos que Gilles Villeneuve, da Ferrari.
Nas oito temporadas que disputou, a Copersucar-Fittipaldi acumulou 44 pontos em 104 GPs. Foram três pódios, o mais comemorado deles em 1978, um segundo lugar de Emerson no Rio. Nenhuma vitória, mas dezenove presenças nos pontos, numa época em que apenas os seis primeiros marcavam.
Para comparar: a Jaguar encerrou suas atividades em 2004 com 49 pontos e dois pódios em 85 GPs. Era a equipe oficial da Ford. A Prost somou 35 pontos em 83 corridas, também com três pódios. A Sauber, em 206 largadas, conseguiu apenas seis pódios. Pelos padrões vigentes, pois, a Copersucar-Fittipaldi, hoje, se mantivesse o mesmo desempenho de sua época, estaria ranqueada facilmente entre as chamadas equipes intermediárias.
Nos seus oito anos de vida, a Copersucar-Fittipaldi teve na sua folha de pagamento, além do bicampeão Emerson, o projetista Adrian Newey, hoje na Red Bull e com passagens na Williams e McLaren, Keke Rosberg, que seria campeão pela Williams em 1982, Harvey Postlethwaite, projetista que depois trabalhou na Ferrari e na Tyrrell, e Jo Ramirez, uma espécie de faz-tudo que teve papel importante na logística da McLaren nos anos 80 e 90".
O Presidente Ernesto Geisel ao lado de Wilsinho Fittipaldi
Luiz Paulo, filho do Fernando Lapagesse
Ana Cristina e Luiz Paulo
Jovino,
ResponderExcluirfotos sensacionais... preciosidades...
e nos mostram um passado glorioso da família Fittipaldi...
abs...
Jovino, podem falar o que quiserem sobre isso, mas que era um lindo carro de F1, tínhamos piloto brasileiro, Roberto Divila (Mestre) que hoje é disputado pela sua competência, empresa nacional apoiando a despeito de ser regime militar e hoje o que temos: Massacrado implorando para ficar na F1, o sobrinho, bem, deixa pra lá, Alonso com mundos de dinheiro, Maldonado enfiando grana num carro pior que o Coopersucar.
ResponderExcluirBoas lembranças desta época, sou safra 58, acho que já vimos coisas melhores,nè?
Abraços, Sérgio Luiz - pertinho de Brasília, em Barra do Garças - MT.
Valeu Sergio. O Copersucar Fittipaldi foi muito criticado na época porque o Brasíleiro é imediatista e queria resultados logo. Mas a equipe Fittipaldi teve os seus momentos de glória, em alguns campeonatos, ficou na frente no campeonato de Ferrari, Maclarem e muitas outras. É só pegar as estatísticas que você ve isto. Quanto ao modelo, sem dúvidas, foi um dos mais bonitos daquela época.
ResponderExcluirJovino
Sergio, veja os resultados da equipe Fittipaldi: eu coloquei lá no post:
ResponderExcluirAos que teimam em lembrar da Copersucar, depois Fittipaldi, como um capítulo risível da história da F-1, alguns números são esclarecedores. Na temporada de 1980, por exemplo, o time brasileiro terminou o campeonato com 11 pontos, em oitavo lugar. A Ferrari ficou em décimo, com oito. Dois anos antes, a equipe ficou na frente de McLaren, Williams, Renault e Arrows no Mundial de Construtores. E Emerson Fittipaldi, que juntou-se à Copersucar em 1976, marcou um ponto a menos que Gilles Villeneuve, da Ferrari.
Nas oito temporadas que disputou, a Copersucar-Fittipaldi acumulou 44 pontos em 104 GPs. Foram três pódios, o mais comemorado deles em 1978, um segundo lugar de Emerson no Rio. Nenhuma vitória, mas dezenove presenças nos pontos, numa época em que apenas os seis primeiros marcavam.
Para comparar: a Jaguar encerrou suas atividades em 2004 com 49 pontos e dois pódios em 85 GPs. Era a equipe oficial da Ford. A Prost somou 35 pontos em 83 corridas, também com três pódios. A Sauber, em 206 largadas, conseguiu apenas seis pódios. Pelos padrões vigentes, pois, a Copersucar-Fittipaldi, hoje, se mantivesse o mesmo desempenho de sua época, estaria ranqueada facilmente entre as chamadas equipes intermediárias.
Nos seus oito anos de vida, a Copersucar-Fittipaldi teve na sua folha de pagamento, além do bicampeão Emerson, o projetista Adrian Newey, hoje na Red Bull e com passagens na Williams e McLaren, Keke Rosberg, que seria campeão pela Williams em 1982, Harvey Postlethwaite, projetista que depois trabalhou na Ferrari e na Tyrrell, e Jo Ramirez, uma espécie de faz-tudo que teve papel importante na logística da McLaren nos anos 80 e 90.
Jovino
Belas fotos...
ResponderExcluirPena que o sonho dos Fittipaldi durou tão pouco, tinha tudo para dar certo.
Abraços
Legal esta postagem Jovino, contando a real história desta que foi uma verdadeira saga dos Fittipaldi, obrigado pela aula e concordo com tudo que o Sérgio Luiz disse!!!
ResponderExcluirEspectaculares fotos, el sueño de los Fittipaldi con el que vibró todo Brasil. Admirable, felicitaciones hermanos!
ResponderExcluirAbrazos!
Belas imagens ......... :)
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