domingo, 12 de maio de 2013

TÚNEL DO TEMPO - O GOGÓ DAS SETE

"Aqui a notícia é do tamanho da verdade, doa a quem doer…”, Era assim que o Jornalistas Mário Eugênio Rafael de Oliveira, conhecido por Mário Eugênio, o Gogó das Sete, começava o seu programa na Rádio Planalto, noticiário policial que desde 1978 ia ao ar de segunda a sábado. Foi um jornalista especializado em cobertura policial. Formou-se em Comunicação Social pela Universidade de Brasília (UnB) e trabalhava no Jornal Correio Braziliense. Foi assassinado em 11 de novembro de 1984, no fim da ditadura militar, após denunciar a existência de um Esquadrão da Morte, em Brasília, do qual participariam policiais civis e militares.
 
Frequentou bastante o meio automobilistico e o Caneco 14, inclusive, chegou até a participar de uma prova de Stock Car para jornalistas. O Caneco 14 era um bar e o point dos jovens na época que gostavam de carros, máquinas brabas e peguinhas. Ele começou no jornal Correio do Planalto e criou uma figura ficticia do Motoqueiro da Moto Vermelha. Ele escrevia as histórias toda semana deste motoqueiro que atacava em deteminados locais, principalmente, na praça do Buriti, local onde os jovens levavam as suas namoradas para dar um trato. O Motoqueiro da Moto Vermelha atacava e esturpava as meninas e depois desaparecia e sempre criava-se uma expectativa de quando haveria um novo ataque do Motoqueiro da Moto Vermelha. E o jornal cresceu e ele também. Aí já começava a sua genialidade e ousadia como jornalista em criar histórias que mexiam com o gosto popular.  

Mário Eugênio saía da Rádio Planalto, às 23h55min do dia 11 de novembro de 1984 após gravar o programa Gogó das Sete que iria ao ar no dia seguinte. Ao chegar na área do estacionamento em frente do edifício onde funcionava a rádio "recebeu do policial civil Divino José de Matos, conhecido como Divino 45, sete tiros na cabeça quando estava próximo ao seu carro".
 
O policial Moacir de Assunção Loiola, também suspeito de participação no crime, morreu poucos dias depois de dar seu depoimento na delegacia de Luziânia, em junho de 1985, aparentemente por suicídio.
 
Como suspeitos de mandantes do crime, o inquérito policial apontou o Secretário de Segurança do Distrito Federal na época, coronel Lauro Melchíades Rieth, e o delegado coordenador da Polícia Especializada, Ary Sardella.
 
Ambos tiveram a prisão decretada pelo juiz Edson Smaniotto, da 6ª Vara Criminal. Em recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF), Rieth apresentou dois habeas Corpus. Em um deles, alegou que não havia indícios suficientes de provas nos autos no outro alegou que deveria ter foro privilegiado. O primeiro argumento foi negado, mas os ministros acataram o de que ele deveria ter foro privilegiado.
 
A denúncia do promotor Paulo Tavares Lemos tornou-se inválida e somente o Procurador Geral do MPDFT, Geraldo Nunes, teria competência para formalizar uma acusação. Geraldo Nunes não o fez e decidiu arquivar o processo. Com isso não havia como condenar Ary Sardella que teria sido o mandatário do crime e Rieth o mandante.
 
Um conjunto de reportagens sobre a morte de Mário Eugênio, intitulado "O Esquadrão da Morte em Brasília e o assassinato do jornalista Mário Eugênio", feitas pela equipe do jornal Correio Braziliense, recebeu o Prêmio Esso de Jornalismo em 1985.

 

4 comentários:

  1. Conheci bem o Mário Eugênio treinava na minha Academia Apolo, estive com ele uma semana antes de ser assassinado, bem lembrado, são crimes que nunca serão esclarecidos e seus culpados apodrecendo numa cadeia, como o caso Ana Lídia...

    ResponderExcluir
  2. Isto mesmo Rodolfo. O único crime que o criminoso foi punido naquela época foi o Jaime Rubstain que matou a namorava, jogou gasolina no seu corpo e passou o carro em cima dela. Ficou preso durante anos, depois foi solto e matou mais duas meninas. Era um psicopata. Teve também o crime do Ted lá na 312 norte quadra que eu morava no início do anos 70. Também o criminoso sumiu e ninguém teve notícias dele.Jovino

    ResponderExcluir
  3. Lembro bem do Mario Eugênio. O problema é que enquanto ele estava mexendo com peixe pequeno, tipo, ladrões de galinha, estava tudo bem. O erro foi mexer com peixe grande. Se aquele jornalista aqui do DF, Silvio Linhares, que teve morte natural, estivesse vivo, logo seria assassinado pq tinha a mesma linha de trabalho igual a do Mário Eugênio vacilão.

    ResponderExcluir

  4. Lembro bem do Mario Eugênio. O problema é que enquanto ele estava mexendo com peixe pequeno, tipo, ladrões de galinha, estava tudo bem. O erro foi mexer com peixe grande. Se aquele jornalista aqui do DF, Silvio Linhares, que teve morte natural, estivesse vivo, logo seria assassinado pq tinha a mesma linha de trabalho igual a do Mário Eugênio vacilão.

    ResponderExcluir