quinta-feira, 2 de maio de 2013

O ABANDONO DO AUTÓDROMO NELSON PIQUET

Semana passada estive visitando as instalações da arquibancada coberta e fiquei impressionado com o seu abandono.

As cadeiras estão quebradas, sujas, e não são usada pelo público, além das próprias instalações dentro do autódromo que estão há muito tempo precisando de reformas urgentes.
 
Reproduzo abaixo, matéria do jornal Correio Brasiliense sobre o autódromo de Brasília. 

"Com imagem de abandono, autódromo Nelson Piquet recebe reclamações dos pilotos.


Ed Alves/Esp. CB/D.A Press

Rachaduras no asfalto cortam o circuito de ponta a ponta
 
Há duas semanas o Autódromo Internacional de Brasília recebeu a segunda etapa de uma das mais importantes competições de motovelocidade do país, o Moto 1000 GP. O traçado de seis curvas para a esquerda e seis para a direita e 5.475 metros de extensão é considerado um dos mais técnicos e atraentes do país. Mas o cartão de visitas da capital ficou manchado. Embora o evento tenha sido um sucesso, os pilotos não conseguiram esconder a decepção com as condições da pista e dos boxes. E reclamaram. O Correio fez uma visita ao local. E constatou que os pilotos até economizaram nas críticas — talvez porque não chegaram a ver as arquibancadas e os banheiros que o público foi obrigado a usar.
Ed Alves/Esp. CB/D.A Press
Falta de cadeiras nas arquibancadas é outro problema grave no autódromo
 
A estrutura do Autódromo é a mesma há 37 anos. Desde que foi inaugurado, o local nunca passou por uma grande reforma. A pista, jamais recapeada, pode até ser uma espécie de orgulho para os candangos que estão na história da construção, mas se tornou um desafio perigoso para os novos pilotos. Duas rachaduras cortam o circuito de ponta a ponta e colocam em risco a segurança dos motociclistas que penam para manter o equilíbrio em cima das motos. Na área de escape da reta maior, de 750 metros, há valas que podem causar capotagens — fato que pode tirar Brasília do circuito do Moto 1000 GP no ano que vem. O organizador do evento, Alexandre Barros, que já correu no Mundial, não vinha à capital desde 1986 e não gostou nada do que viu. “Tirando o autódromo, tudo funcionou muito bem em Brasília. O público foi maravilhoso. Mas o lugar está judiado. Parece que foi construído há 50 anos e nunca mais fizeram uma reforma”, disse ao Correio. “E é uma pena, porque tem um traçado muito bonito, e uma ótima localização, fica bem no centro da cidade. Não existe um autódromo no Brasil com um traçado técnico parecido”, ressalta.

Se na pista os problemas são as rachaduras, do lado de fora, nos boxes, a quantidade é incontável. Lá, o acesso é livre, já que não há portas. Mas também é inviável, dependendo da quantidade de pessoas e do tamanho do carro. Construído para automóveis de 1974, eles custam a comportar uma equipe completa dos dias de hoje. Os interruptores de energia parecem meros objetos de decoração, já que a instalação elétrica não funciona adequadamente. E os buracos e ranhuras estão por toda parte.

 

Ed Alves/Esp. CB/D.A Press

As placas de sinalização de velocidade e as grades de segurança são remendadas por arames. E as quatro arquibancadas cobertas, que deveriam comportar 11.500 pessoas, hoje já não têm essa capacidade, já que boa parte das cadeiras está quebrada.

O público que conseguir usar o banheiro do local terá de ficar sem lavar as mãos: as pias foram retiradas — não se sabe por quem — e apenas uma delas acabou substituída por uma bacia. Os banheiros mais distantes da área central são inutilizáveis e, como não há segurança, viraram point de um grupo que vai ao autódromo atrás de outra emoção, que não é a da velocidade: os usuários de drogas.

Nas mãos de Piquet

Em 1995, o autódromo foi arrendado do Governo do Distrito Federal (GDF) por uma empresa do tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet. Durante o período houve obras no circuito, como a criação de áreas de escape e caixas de brita nas principais curvas, além da colocação de pneus como proteção na pista e a construção de um muro ao redor do Autódromo. A participação de Piquet na administração se encerrou 10 anos mais tarde, em 2005.

Próximos eventos
» Copa Petrobrás de Marcas — 24 e 25 de setembro
» Stock Car — 15 e 16 de outubro
» Fórmula 3 Sul-Americana — 29 e 30 de outubro
» Fórmula Truck — 4 de dezembro


Uma conta que não fecha

Quando se trata de dinheiro e faturas, é impossível saber ao certo quanto se paga para fazer um evento esportivo no Autódromo Internacional de Brasília. A organização do Racing Festival, que engloba as categorias Formula Future Fiat, Trofeo Linea, 600 Hornet e CB 300R (as duas últimas relativas à motovelocidade), afirma ter pagado à Federação de Automobilismo do Distrito Federal R$ 30 mil para utilizar o local de quinta-feira a domingo — as provas ocorreram apenas no fim de semana de 11 e 12 de junho. Em outro evento, Rui Rodrigues, responsável pela Copa Siddartha, realizada de 12 a 14 de agosto, diz que desembolsou apenas 10% desse valor para o fim de semana.

A matemática fica ainda mais complicada quando o secretário de Esportes do DF, Célio René Trindade, avisa que a diária cobrada para as competições esportivas é de R$ 300. O Correio tentou contato por telefone com o presidente da Federação de Automobilismo do Distrito Federal, Napoleão Augusto Ribeiro, por três dias, mas não foi atendido. Ao ir à sede da entidade, que fica no próprio Autódromo, na manhã de quinta-feira, um funcionário limitou-se a dizer que Ribeiro não costuma frequentar o local. E, quando vai, é à tarde.


Secretaria anuncia obras até dia 24

Ao ser procurada pela reportagem do Correio, a Secretaria de Esportes do Distrito Federal anunciou uma revitalização no autódromo e divulgou nota no site oficial. Até 24 de setembro, quando Brasília recebe a quinta etapa da Copa Petrobrás de Marcas, uma série de reformas priorizando a segurança será feita. Uma empresa teria sido contratada para refazer a parte elétrica dos boxes e tentar ampliá-los, bem como para fazer uma instalação de água no local e colocar portas. O posto médico será ampliado e também haverá melhorias no sistema de esgoto. Por enquanto não haverá nenhuma reforma nos banheiros e na parte voltada ao público.

“Estamos com um espaço que precisa receber uma reforma muito maior, mas que precisa de uma questão orçamentária que nós não temos”, explicou o secretário de Esportes do DF, Célio René Trindade. Segundo Trindade, há ainda um grande projeto para incluir a capital na rota dos maiores eventos automobilísticos do mundo. Para isso, o bicampeão mundial Emerson Fittipaldi entrou no comitê para ajudar na captação de grandes provas. “Os nossos boxes são muito antigos, e precisam ser refeitos, mas precisamos ter a garantia de que teremos grandes eventos aqui”, completa."

5 comentários:

  1. Fabiani C Gargioni #273 de maio de 2013 às 22:25

    Tomara que tudo se arrume por aí Jovino, torço para que o automobilismo se renove e se fortaleça!!!

    ResponderExcluir
  2. Olá Jovino, Brasília está sofrendo muito ultimamente na área de autos foi o Museu do Carro Antigo agora o Autódromo, interessante que para comprar capas de chuvas super faturadas quando o período de seca será mais intenso nos jogos de futebol o dinheiro não falta...

    ResponderExcluir
  3. O governador disse que vai tentar levar a Indy para essa pista. O senhor tem informações sobre essa afirmação do governador de Brasilia dada durante a SP Indy 300 nesse ultimo final de semana?

    Existe chances de uma reforma grande e a Indy indo para a pista de BRasilia, sendo a segunda etapa brasileira no calendário da categoria americana?


    Meu nome é Rafael Couto Marinho e sou um fã da Indy curioso em saber sobre essa possibilidade.

    ResponderExcluir
  4. Oi Rafael, desculpe por demorar a te responder. É o seguinte: existem várias informações a respeito desta reforma. De grande reforma, mudando todo o traçado e o fzendo pela metade do tamanho atual e aproveitando a área para multiuso, com shows, etc. Isto seria a destruição do autódromo, na minha opinião. Outro, é a história que ficou vinculada na prova da formula Indy. Promessas de políticos a gente sempre tem que duvidar. Mas o que pode acontecer seria os diretores da f Indy resolverem fazer esta segunda prova aqui em Brasília e aí teríamos que fazer uma reforma do jeito que eles quiserem. O que se tem de concreto é que já está sendo feita uma reforma e ela está sendo feita nas áreas de escapes, boxes, arquibancadas, etc, ou seja, uma reforma mais simpres e que, possivelmente, não prejudicaria as provas no segundo semestre, já que elas, segundo publicação no Correio Brasiliense, demorariam de 60 a 90 dias. Então, temos que ficar no aguardo até o mês de julho, quando estas reformas serão ou não feitas realmente. Jovino

    ResponderExcluir
  5. Olá.
    Moro em Goiânia e até já reservei hotel p/assistir o Stock Car de 02/06/13. Essa informação sua me deixou preocupado.
    Qual seria o lugar onde poderia escapar do destrambelho das arquibancadas?
    Grato
    José Neto

    ResponderExcluir