domingo, 27 de maio de 2012

"O PASSAGISTA HARMÔNICO" CESAR ADED

Conheci o Cezinha Aded há uns três anos atrás quando o meu amigo Carlinhos "Lapa" Pontual andou pesquisando sobre o Elgar GT 104 e acabou por descobrir alguma matéria que fiz em meu blog, e, através do Mocambo Blog, nos conhecemos e ficamos grandes amigos e ele me convidou para conhecer a turma que frequentavam o Bar da Lapa a mais de 40 anos.
Lá tive o prazer de conhecer uma turma que chegou nos primórdios da construção de Brasília, aqueles jovens que viveram muito a sua juventude, que gostavam de carros, motos, mulheres, festas e que curtiram bastante a sua época. Época da casa de massas Mocambo, point dos encontros da juventude sessentistas aqui na recente inaugurada capital federal.
O Cezinha Aded era o "Passagista" das provas de ruas de Brasília, principalmente, os Mil quilômetros que era realizado todo 21 de abril.
O "Passagista" para quem não sabe, era quem fazia as anotações dos carros que disputavam a prova, só que era uma verdadeira loucura. Tinha umas cinco pessoas que ficavam em pé atrás dele e os carros iam passando e cada um anotava uma quantidade X de carros e iam falando para ele quando tais carros passavam e ele lançava no mapa da prova.
Alí era feito todo o mapa das corridas de ruas de Brasília.
Mas descobri, que, além de "Passagista", ele também era delegado (hoje aposentado) e um grande tocador de Gaitas.

ATUALIZANDO 28/12/12:

Recebi a mensagem do Cesinha Aded explicando mais detalhadamente como fazia o "Passagista":
"Olá pessoal amigo, hoje está sendo um dia muito feliz para mim, porque fui lembrado por um Blog especializado em automobilismo e até homenageado com um dos meus vídeos, onde foi retratada uma fase muito importante da minha juventude, época em que integrava a equipe oficial de cronometragem da Federação Automobilística de Brasília, nos ídos de 60/70, numa função super-espinhosa, que era a de registrar, durante as provas automobilísticas realizadas na Capital Federal, naquela época, a passagem dos automóveis competidores (função que recebia a denominação de "passagista").
Imaginem vocês e gente anotando os números que eram "gritados" em nossos ouvidos, em meio ao ronco de dezenas de carros passando a sua frente ao mesmo tempo, daí porque disse: "espinhosa função".
Eu ainda levava pequena vantagens sôbre os outros dois passagistas que sentavam ao meu lado, porque naquela época estudava taquigrafia na UnB, para prestar concursos para taquígrafo de debate da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (não fui reprovado porque desisti deles).
Detalhe: atrás de nós três passagistas, postavam-se também três pessoas encarregadas de "cantar" em nossos ouvidos os números das "feras". As tres fitas de papel pautado eram em seguida vistas e comparadas por um conferente, que por um critério de coincidências dos números anotados, escolhia uma, a que lhe parecia a mais correta. A fita selecionada era então passada para o homem do "mapa" que ía lançando o números registrados num grande mapa quadriculado e númerado com o tanto de voltas da competição e aí então ía surgindo a ordem do carros do primeiro ao último lugar.
Este é o perfil do antigo passagista das corridas de automóvel do passado e eu tive a alegria de ser um dêles, imaginem só.
Mas antes de passagista fui também fiscal de pista e fiscal de boxes e usava as conhecidas bandeirinhas de sinalização.
Ó que tempo bom e que não volta mais.
Um marco na minha vida sem dúvida alguma.
                                Cesar Aded Paz"

Isto é história do automobilismo brasileiro que nunca foi contada.
Abaixo, um clip de Cesar Aded Paz, interpretando em sua gaita "harmônica" a música New York, New York. A direção e edição de imagens é de Carlos Terra.
Tenham um ótimo início de semana com a ótima interpretação de Cezinha para uma das músicas mais cultuadas de todos os tempos.


6 comentários:

  1. Fabiani C Gargioni #2727 de maio de 2012 às 22:45

    Pô Jovino aprendi mais uma no teu blog, que o nome dos caras que ficavam anotando a passagem dos carros nas antigas provas do automobilismo era PASSAGISTA, legal!!!

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  2. Jovino, Será que ele estava com a Equipe da FADF, no palanque da Estação Rodoviária, chefiado pelo Jorge e pelo Sérgio, quando baixou a famosa cerração que ninguém conseguia ver quais carros passavam? rsrsrs
    Foi aí que os KG da Dacon passavam e a galera dos "Anotadores" (Paisagistas) e "cantadores" nem ´percebiam...rsrs
    Deu no que deu e o resultado ficou todo enrolado...
    Mesmo assim, saudosa época.
    Falo da camarote, pois César é meu amigo desde 1960, estudamos juntos e fizemos vestibular no mesmo ano para a UnB...
    Parabéns pelo Post.

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  3. Diga Fernadinho, menino custoso.
    Recebi seu email e pode me mandar as fotos de Le mans, dos museus, que a gente coloca aqui no Blog. Curta bastante a sua viagem.
    Fabiani, imagina se a formula 1 hoje dependesse de "Passagistas". Jovino

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  4. Mensagem do Cesinha Aded encaminhada para o meu email:

    "Olá pessoal amigo, hoje está sendo um dia muito feliz para mim, porque fui lembrado por um Blog especializado em automobilismo e até homenageado com um dos meus vídeos, onde foi retratada uma fase muito importante da minha juventude, época em que integrava a equipe oficial de cronometragem da Federação Automobilística de Brasília, nos ídos de 60/70, numa função super-espinhosa, que era a de registrar, durante as provas automobilísticas realizadas na Capital Federal, naquela época, a passagem dos automóveis competidores (função que recebia a denominação de "passagista").
    Imaginem vocês e gente anotando os números que eram "gritados" em nossos ouvidos, em meio ao ronco de dezenas de carros passando a sua frente ao mesmo tempo, daí porque disse: "espinhosa função".
    Eu ainda levava pequena vantagens sôbre os outros dois passagistas que sentavam ao meu lado, porque naquela época estudava taquigrafia na UnB, para prestar concursos para taquígrafo de debate da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (não fui reprovado porque desisti deles).
    Detalhe: atrás de nós três passagistas, postavam-se também três pessoas encarregadas de "cantar" em nossos ouvidos os números das "feras". As tres fitas de papel pautado eram em seguida vistas e comparadas por um conferente, que por um critério de coincidências dos números anotados, escolhia uma, a que lhe parecia a mais correta. A fita selecionada era então passada para o homem do "mapa" que ía lançando o números registrados num grande mapa quadriculado e númerado com o tanto de voltas da competição e aí então ía surgindo a ordem do carros do primeiro ao último lugar.
    Este é o perfil do antigo passagista das corridas de automóvel do passado e eu tive a alegria de ser um dêles, imaginem só.
    Mas antes de passagista fui também fiscal de pista e fiscal de boxes e usava as conhecidas bandeirinhas de sinalização.

    Ó que tempo bom e que não volta mais.

    Um marco na minha vida sem dúvida alguma.

    Abraços a todos.

    Cesar Aded Paz"

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  5. O Cesinha é gente da mais alta qualidade. Pena que o Bar do Lapa não tenha mais aquela turma que o Pontual conseguia reunir na base da intimação. Fui a Brasília e não consegui ver ninguém, imagine uma farmácia onde era o Professor. Heresia ! Em setembro faremos nova visita para as comemorações da Camber, espero que possamos reeditar aquelas quintas feiras. Abraços.

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  6. Esse Cezinha, além de um excelente profissional e músico, é um amigão! Fera!

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