terça-feira, 29 de maio de 2012

RICARDINHO NHEN NHEN NHEN

Há muito tempo estava querendo fazer uma homenagem ao meu amigo Ricardinho Nhen Nhen Nhen, um cara muito querido aqui em Brasília no meio automobilístico falecido em 1990 e somente agora é que consegui juntar o material suficiente para esta homenagem.
O Ricardo era um apaixonado por automobilismo e dedicou a sua vida a esta paixão.
O conheci na época em que o meu irmão tinha uma reguladora na asa norte e o Ricardo havia fechado a sua oficina e foi trabalhar com ele.

Lembro-me dele correndo com o fusca vermelhinho da "Ponto Exato" e dava um calor incrível nos Opalas e Mavecos da extinta Turismo Força Livre no final da década de 70, e, também, nesta época, de vez em quando, colocava um Dodge na Hot Dodge e faturava a corrida, como mostra as fotos e matérias de jornais da época mais abaixo.
Começou no kart, como muitos pilotos daquela época, passando por fórmulas e carros de turismo e era um grande amigo de Nelson Piquet. Começou correndo na antiga Formula V 1300 no início da categoria com um carro construído por Waltinho Ferrari e preparado pelo Giba e chegou a largar em segundo numa prova aqui em Brasília e abriu de todos na primeira volta até rodar no final da reta dos boxes quando pegou óleo de um carro que havia estourado o motor e que deixou um rasto de óleo na pista. Nesta época, segundo o Ricardo, o Nelson já havia tomado o rumo da Europa para correr na Formula 3 Inglesa e o Waltinho Ferrari da Ideal iria investir nele, mas por algum motivo que não me lembro agora, acabou não dando certo. Depois, comprou um Fórmula V 1300 da Polar e disputou as temporadas de 78 e 79..
Conversei uma vez com o Nelson Piquet a respeito do Ricardo e ele me falou que ele foi um dos seus melhores amigos.
O Ricardo era quem nos passava informações sobre o Nelson quando ele já estava na formula 1 e torceu muito para o seu 4º campeonato que acabou por não vir.
Naquela época eu tinha um Simca Tufão 65 com mecânica do opala 6 cilindros com diferencial do Dodge e era o Ricardo quem o regulava, dava um trato, adiantava o comando e o Simcão andava pacas, mas nunca consegui ganhar dele na época em que fazíamos os nossos pegas "no circuito particular" em frente à Casa do Ceará.
Ele com um chevetinho com pistões do opala 4 cilindros à álcool andava na frente de todos nós em nossas sextas feiras quando juntavam um monte de carros depois do expediente da oficina e de algumas cervejas.

A explicação do porquê do apelido de "Nhen Nhen Nhen" é dada pelo próprio Piquet no início do vídeo lá embaixo.

O começo no kart no circuito do Cenabra
Aqui, o Ricardo sentado no quase protótipo que, segundo o Ruyter Pacheco, foi idealizado e construído por Nelson Piquet num treino lá no Pelezão. O piloto seria o Araí ou o Ruyter Pacheco!!!
Este é o circuito improvidado no estacionamento do Estádio Pelezão no início dos anos 70.
O fusquinha 62 que era preparado pelo próprio Ricardo
Esta pista existia até há alguns anos. Paulinho Baeta e Ricardo. Hoje virou especulação imobiliária e tem muitos prédios construídos lá.
Alinhado para alguma prova no Pelezão
Formual V 1300  da Ideal
Aqui já são provas disputadas no autódromo Nelson Piquet no início dos anos 70
Como vêem, o Ricardinho tocava tudo que é tipo de carro e o opalão foi um deles
O Chevetinho 54, acredito que deve ser alguma prova de longa duração, provavelmente, os Mil km de Brasília de 1975.
Ricardo fazendo dupla com Oscar Carvalho
Aqui o Chevetinho do Ricardo começando a contornar a curva do Placar.
Que belo visual
Evandro Faleiros sendo empurrando pelo chevetinho do Ricardo.
Formula V 1300 construído pela Ideal em Goiânia
Largada para a prova citada acima da Formula V 1300. A matéria está abaixo.
Acima, mais uma vitória do Piquet e a prova que o Ricardo correu e que largou em segundo.
Os personagens desta prova. De chapéu de boiadeiro é o Badaraco, Ricardo, Davi Troncoso e Luis ...
Largada da Formula V 1300 em 1976
O Ricardo é o carro amarelo com faixa azul com o Chico Serra logo a sua frente.
O Polar Formula V 1300 com que ele disputou os campeonatos de 78 e 79
Autódromo de Interlagos em 1976
Ricardo com Polar Formula V 1300. Autódromo de Jacarepaguá 1979
Matéria de algum Jornal aqui de Brasília com a vitória do Ricardo na Hot Dodge em agosto de 82. Ele participava exporadicamente, mas chegava lá, botava tempo em todo mundo e ganhava a prova.
Turismo Força Livre em 1981. Ricardo e o fusca da "Ponto Exato". Veja que ele está botando uma volta no Juarez Cordeiro no Passatinho da Pneulândia. O opala ao lado do Passat acredito ser o Nelson "Bola" Lacerda.
O Fusquinha "Ponto Exato", oficina do Ricardo que ele disputou a TFL.

O Vídeo abaixo foi feito pela extinta Rede Manchete quando da conquistas do tricampeonato pelo Piquet. O Piquet fala do Ricardo quando ele foi correr em Belo Horizonte, pegou o fusquinha da mãe do Alex que ficou na oficina para fazer revisão de freios e o Nelson instalou, motor, freios a disco e depois de tudo pronto não tinha grana para viajar e foi quando ele procurou o Ricardo que tinha apenas 100,00 dinheiros da época e foram para BH. A história está no video abaixo, além da corrida de opala que ele fez com o Pedrão em Goiânia e que tiravam peças do opala de outro amigo, o Catanha para continuar na corrida.



Todo o acervo de fotos me foram passados pelo Cláudio Teixeira, irmão do Ricardinho Nhen Nhen Nhen, exceto a do fusca "Ponto Exato" que me foi cedida pelo Napoleão Ribeiro.  a quem agradeço.

20 comentários:

  1. Mais uma bela homenagem, Jovino, a uma figura mitológica, um grande personagem do automobilismo candango. Parabéns! Faltou apenas dizer, para pessoas que, como eu, não vivenciaram aquela época, a razão do apelido "Nhen Nhen Nhen". Pode saciar nossa curiosidade?
    Grande abraço.
    David Varchavsky

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  2. Bom dia Jovino! Teu blog junto com o do Sanco e do Rui Amaral são, sob meu ponto de vista, o topo sobre automobilismo brasileiro, tendo mais um ou outro, não mais, como os melhores, o que é muito legal para quem curte as baratas. No entanto, pelo pouco q li e soube sobre este bota, penso q há muito mais para nos contar, com tudo respeito. As fotos q vc publica são massa, só m restando agradecê-lo.

    Att

    Tazio Nuvolari

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  3. Oi Davi, não coloquei a explicação no texto do post porque o próprio Nelson Piquet explica tudo isto no neste vídeo postado feito na ápoca pela rede Manchete.
    Tazio, obrigado pelos elogios, mas histórias, existem muitas, muitas delas não dão para serem contadas aqui, mas o que eu não coloquei no texto foi que o Ricardo trabalhava com a gente numa oficina e o Nelson quando foi tricampeão levou o Ricardo para trabalhar com ele lá em sua chácara e o Ricardo levou umas picadas de marimbondos, teve choque anafilático e morreu a caminho do hospital. Mas foi um cara muito importante para o automobilismo brasiliense.
    Jovino

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  4. Bah Jovino, que choque velho!!!! Esta eu ñ sabia, mas é a vida. O kra acelerava um monte e muitas pessoas dizem q é perigoso etc e tal. Eu mesmo, muitos já falaram q eu m mataria pelas provas e tal e m machuquei com gravidade lavando uma moto.... Faz parte da vida. Obrigado pela atenção e estamos t acompanhando.

    Tazio Nuvolari

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  5. Desculpe, Jovino. Passei prestando atenção aos detalhes das fotos e, sem mais tempo, não abri o vídeo. Vou assistir. Abraço.

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  6. Puts, quantas lembranças, O Ricardo era eu cara bacana que me ajudou muito la na 710/11 norte onde tinha uma pequena oficina perto da minha, que bom que lembrou dele, ele merece a bela postagem. quanto ao apelido tinha dois motivos: um pelo fusca dele que custava a pegar e o outro era a vos dele que era arrastada e vagarosa igual a partida do fusca. Jovino, onde era a oficina do seu irmão?? la tinha a minha (eletrica pires), o do Joe a Tuxos mais p/ cima e a que o Ricardo trabalhava ou era dono, a do seu irmão era uma dessas??

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  7. Mas qual é o seu nome? Você é o Pires que tinha a Auto Elétrica Pires? A do meu irmão era a Nippon Reguladora. O Ricardo foi trabalhar lá quando fechou a oficina dele que ficava no final da rua.
    Se você é o Pires, você até me deu uma patrocinada quando corri de Hot Dodge.
    Jovino

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  8. EU SOU O LEO SAMARA, COMPREI A OFICINA DO PIRES E ELE FICOU TRABALHANDO COMIGO DEPOIS MUDEI O NOME P/ MECANICA LIGIER MAS NA PARTE DE TRAZ ONDE MECHIAMOS NOS DODGES NÃO MUDEI O NOME. QUANTO A NIPPON LEMBRO PERFEITAMENTE, ERA PERTINHO DA MECANICA TUXOS ONDE GUARDAVA UM STOKCAR

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  9. Leo, lembro-me de você perfeitamente. Só não lembrava que o Pires havia vendido a oficina dele para você. Adorei as fotos, tem até uma que eu apareço. Aparece o Pires, o Gaguinho quem me vendeu o Dodge que corri todo dilacerado, o Luis Alberto com aquele Dodge com a pintura vermelha e branca, aparece os Dodges do Celsão que eles compraram em Goiânia, mas que não andavam o que todos esperavam. Enfim, se tiver mais fotos da nossa Hot Dodge me manda que eu farei um post no blog. Aliás, você viu as matérias sobre a Hot Dodge que fiz no blog? Já entrei em contado com muitos ex pilotos da Hot Dodge e qualquer dia faremos uma reunião aqui em Brasília com a nossa turma com um belo churrasco. Jovino

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  10. Fabiani C Gargioni #2731 de maio de 2012 às 23:27

    Que legal Jovino, um material muito precioso e ainda conta com depoimento do "ÌDOLO" não podia ser melhor, estou ancioso para ver mais coisas dos DOJÕES, valeu e parabéns!!!

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  11. Jovino mais uma vez nos presenteia com matéria que nos remete a uma lembrança muito boa. Ricardo, foi uma pessoa simples, amigo, prestativo, não via dificuldades em auxiliar qualquer um que precisasse. Religioso, filho, irmão e parceiro pra tudo. Desprovido de orgulhos, de qualquer ambição. Dinheiro, somente o que bastasse pra tomar uma "COQUINHA", no lanche mais perto. Infelizmente fez a "PÔLE" na pista da vida. Me lembro que quando compramos o carro na Polar, do Ronaldo, dormimos alguns dias por lá mesmo na fabrica em Maria da Graça RJ e comíamos pão com mortadelano almoço e na janta, na Lanchonete de um português, que logo fez amizade com ele, e ele sempre ganhava um descontinho do portuga.
    Na pista era muito rápido.
    Deixou muitos amigos.
    Bela lembrança.
    Muito boa a reportagem.

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  12. Obrigado Davi. Sei que você foi um grande amigo dele e posso dizer, que o Ricardo foi um cara que todos gostavam pelos contatos que tive com ex pilotos que o conheceram e sempre falavam o melhor dele.
    Jovino

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  13. Olá, Jovino.
    Meu nome é Celia, sou irmã do Ricardo. Fiquei muito feliz e emocionada com tudo que você escreveu sobre ele e especialmente pelo carinho com que todos os seus amigos se reportam a ele. Ele foi um irmão muito querido e especial!
    Obrigada. Um grande abraço,
    Celia

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  14. Oi Célia. Onde o Ricardinho estiver deverá estar feliz pelos amigos que ele deixou aqui.
    Abs.
    Jovino

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  15. Ricardo Teixeira Alves o "nhem nhem nhem" era um cara tão genial que na época em que eu corria na TFL com o opala 31 da Brasília Importadora/Levis confiava a ele os últimos acertos. A situação financeira nossa era muito caótica então não tínhamos nem álcool nem pneus para gastarmos nos treinos e ele com apenas duas voltas guiando o meu carro eram suficientes para diagnósticos precisos. Posteriormente ao falecimento dele e quando eu trabalhei no jornal carioca Rio Agora fiz uma matéria rendendo-lhe as devidas homenagens. No jornal eu assinava minha coluna como Ricardo Vilanova, Já no automobilismo eu era conhecido como Ricardo Linhares. Bom aproveito aqui para mandar um abraço para os familiares dele, Celia, Roberto e Claudio. Brasilia, 24.06.12., R. Linhares.

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  16. Show de Bola Jovino, lembrar do Ricardo neste post foi emocionante... convivi e corri de kart com o nhem nhem nhem, na Cenabra em 1974, depois no estacionamento do Mané Garrincha. Anos depois, com o Beto seu irmão, e por último com a Luciana sua sobrinha (filha do Beto).
    Zé Alexandre

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  17. Uma bela homenagem ao Ricardo cara .......

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  18. Muito legal esses relatos do automobilismo aqui em Brasília eu sou mais novo mas sempre curti Grande abraço e parabéns a todos

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  19. Gde Nhen nhem nhen! Faleceu bobamente por ser alérgico a picadas de maribondos. Aconteceu na Fazenda Piquet, ao levantar uma telha a qual tinha uma casa de marimbondos. Geraldo Piquet correu com ele pro hospital, mas infelizmente não deu tempo de chegar, pois teve a glote fechada. Além de tudo professavamos da mesma fé na igreja Presbiteriana de Brasília da 313/14 sul. Que Deus o tenha.
    Parabéns pela homenagem.
    Edgar

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