sábado, 30 de março de 2013

STAIRWAY TO HEAVEN NO CORAÇÃO

Momento divino do rock. Simplesmente ducar... a apresentação do Heart na interpretação para Stairway to Heaven, a eterna canção do Zeppelin, uma das músicas mais executadas de todos os tempos, interpretação esta, que nem o próprio Led Zeppelin conseguiu chegar perto da original gravada em estúdio por eles mesmos.
Na plateia ilustres personalidades como o presidente americano e a sua primeira dama, além dos próprios Deuses do Rock and Roll Ledzepianos, os homenageados, John paul Jones, Robert Plant e o mago da Les Paul, Jimmy Page, com os olhos encharcados pela emoção e fezendo viagens no tempo com a belíssima interpretação da banda e de toda a orquestra. Sempre agradeço a Deus por ter vivido esta época tão maravilhosa dos anos 60/70, época em que éramos jovens quase inocentes audaciosos e que acreditávamos num mundo melhor.
E lá de cima, meu ídolo maior das baquetas, John Bonham, assistia tudo, dando as cutucadas violentas no bumbo 22 em contratempo com as batidas bem marcadas da caixa de sua Ludwig. Talvez a performance do batera Jason Bonham, seu filho, tenha um pouco deste grande ídolo, ou, quem sabe, John Bohann, como no filme Ghost, andou se materializando e dando uma ajudinha para o seu pupilo que herdou a mesma pancada imortalizada por esta que foi uma das maiores bandas de rock de todos os tempos  

Heart - Stairway To Heaven - Live Kennedy Center Honors.
 

quinta-feira, 28 de março de 2013

TORNEIO INTERNACIONAL BUA DE FORMULA FORD DE 1970

Emerson Fittipaldi foi o vencedor da primeira prova da Temporada Internacional BUA de Fórmula Ford, quando chegou na segunda colocação na primeira bateria e ganhando a segunda. Emerson, além da sua grande experiência, contou com a sorte, que acompanha sempre os campeões, ao ter dois dos seus mais temíveis adversários afastados da prova por problemas mecânicos: Luisinho Pereira Bueno, que venceu a primeira bateria disputada em 15 voltas, com o tempo de 22m 48s, com a média de 132,670 km/h, abandonou na segunda bateria, na 4ª volta, com a suspensão dianteira quebrada, quando lutava com o grupo da frente, formado por Emerson, Achcar e Ray Allen. Enquanto isto, Ricardo Achcar, que saiu atrasado quase uma volta na primeira bateria, chegou a liderar a segunda bateria por 4 voltas, tendo ao final parado supostamente por falta de gasolina.
Emerson venceu a segunda bateria com o tempo de 30m 26s, para as 20 voltas, com a média de 132,480 km/h, tendo Ray Allen obtido o segundo lugar. O recorde da volta ficou com Ricardo Achcar, com o tempo 1m 29s que dá a média de 135,910 km/h.
 
Além dos pilotos citados participaram também outros pilotos vindos de fora do Brasil como, Ian Ashley e Peter Hull, e de outros brasileiros.

Ray Allen, Emerson Fittipaldi e Luisinho Pereira Bueno

terça-feira, 26 de março de 2013

TÚNEL DO TEMPO - ÁLBUNS DE FIGURINHAS

Assisti um dia destes ao programa Esporte Espetacular da Globo, e, como estamos próximos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo de futebol, eles fizeram uma matéria mostrando a copa do mundo de 1966, na Inglaterra, quando o Brasil foi eliminado e um dos grandes jogos, foi exatamente contra os Ingleses.
Na copa seguinte, no México, criou-se novamente, uma grande expectativa do jogo entre as seleções do Brasil e da temida Inglaterra.
Lembro-me que o jogo foi muito nervoso e tenso, pois os Ingleses pegavam forte e davam muitas pancadas nos jogadores brasileiros até que o lateral direito Carlos Alberto Torres, depois que o goleiro Brasileiro Felix, numa dividida contra o atacante Lee, recebeu maldosamente uma pancada no rosto e na próxima jogada o jogador brasileiro retribuiu a gentileza dando um tranco violento no mesmo jogador Inglês e ele quase foi expulso.
Dizem os entendidos, tanto no Brasil, quanto na Inglaterra, que este jogo foi um dos melhores de todos os tempos e deveria ter sido o final da referida copa do mundo no México.
Fiquei até emocionado vendo neste programa lances desta partida e veio-me na mente os álbuns de figurinhas que colecionávamos e que nos fascinavam, pois naquela época, não existia a mídia fabulosa que existe hoje, onde fotos se tornaram coisas vulgares com a digitalização das imagens e as máquinas fotográficas que fazem quase tudo. Mas naquela época para se conseguir completar tais álbuns de figurinhas, era muito difícil e fotos era quase que impossível se consegui-las coloridas.
Mas houve um álbum de figurinhas que distribuíam figurinhas premiadas que davam pôsteres de jogadores da seleção brasileira medindo 20X10 cm e coloridas.
Na época, de tanto ir à banca de jornais da quadra, fiz amizade com o dono dela e na hora do seu almoço eu ficava lá tomando conta da referida banca e descobri que nos pacotinhos de figurinhas haviam algumas que eram de menor tamanho e estas eram as figurinhas premiadas. Aí eu pegava as menores e consegui muitos pôsteres dos jogadores da seleção brasileira até que o dono da banca descobriu a minha malandragem juvenil e passou a esconder as figurinhas premiadas e cortou o meu barato.
Mas consegui guardar até hoje alguns álbuns de figurinhas e um destes álbuns mais cobiçados era o "Equipa 69", que distribuíam estes pôsteres premiados.
Abaixo, fotos destes pôsteres que consegui juntar naquela época e o que representava aquilo que acontecia na vida brasileira.
 
Clique nas fotos para aumentá-las

 
 Este era, em 1969, o objeto dos nossos desejos.
 
Os desejados Pôsteres
 
 
 Scala e Clodoaldo
 Brito e o furacão da Copa e artilheiro Jairzinho
 Pelé e Dirceu Lopes
 O goleiro Feliz Venerando Miele e Dijalma Dias
 Zé Maria e Paulo Cézar Cajú
Everaldo e Rivelino
 
Mas haviam também o que era moda na época como os Reis do Ring e o herói dos fracos e oprimidos, Ted Boy Marino
Os atores de Telenovelas
Os cantores
 
Os grupos musicais
Os comediantes (repare que os Mutantes, gilberto Gil era um dos integrantes da Banda)

E o grande vencedor do Festival de San Remo, na Itália, Roberto Carlos (com a letra da música Canzone per Te)
E a minha grande paixão, o automobilismo. 
 

sábado, 23 de março de 2013

1º ENCONTRO DE GRANDES CARROS NACIONAIS E MOPAR

 1º Encontro de Grandes carros Nacionais e Mopar realizado pelo VCC de Brasília, fazendo parte de uma série de eventos que o nosso clube fará durante este ano, entre eles, os encontros dos Carros Italianos; dos Carros Alemães; dos Carros Americanos; dos Carros Ingleses; dos Pumas e Carros de Fibra; do Dia Mundial do Fusca; em homenagem ao carrinho mais cultuado do Brasil e ainda teremos o Mercado de Pulgas e os Track Days de Carros Antigos com a realização da primeira etapa no dia 7 de abril.
 
A organização do evento foi capitaneada por Paulo Afonso, presidente do VCC, Juarez Cordeiro, diretor financeiro, Giovani Pasini, diretor administrativo, Cristian, diretor social, Jovino, diretor de eventos e Michelle Calazan, assessora de imprensa, alem dos próprios associados e dos proprietários e clubes de carros antigos de Brasília que nos ajudaram na organização.
 
Visão panorâmica do encontro
Galaxies, Mavericks, Opalas, Dodges, entre outros abrilhantaram o evento
A ala do Clube dos Maverick, que está se tornando um dos mais organizados clubes de carros antigos de Brasília.

Dodges cupes, 4 portas, Charges e Challenger
Olha o motorzão do Dodge Challanger
O interior do Dodge Challanger 
Este carro foi escolhido numa votação popular o carro mais bonito do evento. A cara da máquina braba que está a venda. Espero que fique aqui em Brasília
O Charger verdinho do Linhares
 Que bela camionete Dodge e rara, acho que a única de Brasília e recém restaurada
 O sempre bem vindo Jaguar. Este vermelhinho de um colecionador da cidade
 É muito bonito e com motorzão V12
O visual traseiro da barata vermelha
Mais opalas e Dodges
PA, matando a saudade daquele que foi o seu primeiro carro e Cristian, Diretor Social do VCC
Foi restaurada pelos irmãos Linhares a pouco tempo
Choveu durante toda a madrugada e parte da manhã e o tempo ainda ficou nublado por um longo período
Clube dos Mavericks e sua tenda.
Juarez Cordeiro, diretor financeiro e Paulo Afonso o presidente sabareando um ótimo cubano

Giovani Pasini, Diretor Administrativo do VCC e Marconinho
A perua Dodge, um carro perfeito
Conheço esta Alfa, esteve na terra dos Hermanos participando de um Rally

Abaixo, um pequeno vídeo feito lá no evento.


quarta-feira, 20 de março de 2013

REMINISCÊNCIAS BRASILIENSES - OS AMORTECEDORES DO MEU SIMCA

Descobri a foto abaixo há alguns meses atrás. É de um Simca Tufão que eu tive no início dos anos 80 quando ele ainda era Chumbo metálico. Depois, o pintei de preto Cadilac. No retrato, o meu amigo de infância "Toin" (aliás, nem sei o seu verdadeiro nome) no estacionamento do Bar que frequentávamos naquela época na comercial da 312/313 norte. 

 
Ali atrás está a Planalto de Automóveis, revenda Ford onde corria o piloto brasiliense Paulo Cesar Lopes, o PC (motivo do post abaixo), com o Mavecão azul pavão. Este era um ponto de encontro da nossa galera, principalmente, na época em que corríamos na Hot Dodge (tínhamos uma turma de amigos de uns 10 pilotos) e depois dos treinos e corridas íamos para lá tomar umas e outras e jogar conversa fora.  
Postei esta foto no face book e me lembrei do problema de amortecedores dianteiros que eu tive e não conseguia resolver. Até que um amigo me sugeriu que eu escrevesse para o "Clube da Simca" para que eles me ajudassem.  
O cara me respondeu dizendo que não era "Clube da Simca" e sim "Clube do Simca". 
Legal, aprendi mais uma sobre "o" Simca, mas a ajuda que eu queria, ele não me deu. 
 
A inspiração da pintura foi o Lotus Preto e Dourado de Emerson Fittipaldi ( a quadra era a 304 norte e o apartamento era funcional que o comprei em 1990 quando o Collor assumiu o governo. Foi a única coisa boa que ele fez para nós servidores públicos)
Na época, o ministro da Justiça era o tão festejado Paulo Brossard, ferrenho crítico dos governos anteriores e muito cultuado pelos pseudos esquerdistas brasileiros. 
Mas quando assumiu este ministério, veio com um discurso mais conservador e ficou muito conhecido porque usava um chapéu tipo "Al Capone" e alguns engraçadinhos encheram o seu chapéu de moedinhas quando ele foi a uma festa e o deixou em cima de uma mesa. 

 Eu dando uma saída para um rolé na cidade
 
Eu já estava puto da vida porque o Clube do Simca nunca respondia às minhas cartas (naquela época era carta mesmo) e aí um amigo teve a brilhante ideia de fazer uma brincadeira com eles: mandou uma carta com o seu sobrenome de "Brossard" para ver como eles reagiriam à um sobrenome importante do governo brasileiro e, para a minha surpresa, não é que eles responderam prontamente, inclusive, se oferecendo para levar os meus amortecedores para o conserto! Logicamente que eu nunca mais correspondi com eles. 
 
Motor do Opala 6 bocas com diferencial do Dodge

E AS HISTÓRIAS DAS BLITZ:
 
Um outro acontecimento foi quando eu estava subindo o eixinho norte para ir à uma festa quando peguei uma blitz logo à minha frente. Tinha, na época, um Santana cupê prata e rebaixado com rodas de liga leve. Pararam-me e logo o guarda me pediu a minha habilitação e o documento do carro. Conferiu tudo, mas aí começou a implicar com as rodas e pelo fato do carro estar rebaixado e foi intransigente dizendo que o carro teria que ser recolhido ao depósito do DETRAN.  
E eu tentando argumentar para que ele não levasse o carro preso até que apareceu o oficial que estava comandando a operação da blitz e pegou os meus documentos, os conferiu, e chamou o guarda no canto e falou para ele baixinho alguma coisa que eu não consegui ouvir. O guardinha retornou meio sem graça e me perguntou o que eu era do "Major Benevenuto" (o mesmo sobrenome meu) e eu agilmente respondi para ele com uma pergunta: o titio Bené!!! Você conhece o titio Bené? 
Então o guardinha voltou ao seu chefe e ele disse: “libera o cara, libera logo”. E ele voltou e me devolveu os meus documentos. 
Enfim, fiquei sabendo que o "Major Benevenuto" era comandante ou alguém importante dentro da PM do Distrito Federal e eu fui liderado por este motivo, possivelmente, um parente distante ou não. 

PUMEIROS AUTORIDADES DO DETRAN

Recentemente, em 2011, havia tomados umas cervejas lá na sede do VCC e eu peguei o meu puminha e saí para ir para casa. No início do Eixão Sul, uma blitz (nunca tinha visto uma blitz naquele lugar) e um PM sinalizou para que eu parasse o carro e o estacionasse ali do lado. Veio meio ríspido e me pediu a minha carteira de habilitação e os documentos do carro.
Dei-lhe os documentos, ele começou a conferir a documentação e começou a fazer perguntas a respeito do carro (geralmente eles gostam do carro e ficam nos perguntando pela curiosidade da raridade) e eu já estava ansioso e com medo que ele me pedisse para soprar o bafômetro até que ele curvou o corpo e me viu melhor dentro do carro e disse: Ah, pode ir, tudo bem!.
Desde então eu fiquei encucado do porque daquele PM ter me liberado assim derrepentemente sem pedir para que eu soprasse o bafômetro. Passou algumas semanas e nós estávamos no Pontão do Lago Sul fazendo um pré-encontro do Encontro Nacional de Pumas que faríamos em outubro daquele ano.
Na carreata, o antigomobilista, Renato Malcotti, para a minha felicidade, cedeu-me o seu raríssimo GT Malzoni para que eu liderasse a pumeata que faríamos nos pontos turísticos de Brasília com direito a gravação de um vídeo para ser exibido a nível nacional.

 Os GTs Malzonis: o branquinho é o de Renato Malcotti e o Amarelo é de Roberto Nasser que participaram da pumeata.
Parada da pumeata no estacionamento do STF. (lá na frente está o prédio do Congresso Nacional)
 
Ao final da pumeata, eu e o pumeiro Ernestinho (veja no vídeo abaixo) fomos devolver o GT Malzoni para o Malcotti lá na residência dele no lago sul. Pegamos o maior toró no início da ponte JK e que foi complicada ainda mais porque o limpador de para-brisa do GT Malzoni insistia em não funcionar.


O vídeo com o GT Malzoni na ponte JK e o toró que pegamos (repare, nas imagens on board do video, a minha camiseta amarela e preta semlhante à do DETRAN).
Chegamos à residência do Renato e devolvemos a preciosidade e ele chamou um taxi para nos levar de volta ao Pontão.
Quando entramos no taxi (eu e o Ernestinho com camisetas do clube, amarelo e preto), o motorista do taxi perguntou se nós éramos do DETRAN é aí a fixa caiu do porque que o PM me liberou da exigência de soprar o bafômetro: a nossa camiseta é quase que igual à camisa do DETRAN, diferenciando apenas no logotipo.
Enfim, depois que descobri que era "otoridade" do Departamento de Trânsito do DF, passei a usar mais a minha camiseta amarelo e preto, deixando a branco e preto de lado.
 
Obs: iria escrever apenas a história dos amortecedores do meu Simca, e ela puxou as outras.

segunda-feira, 18 de março de 2013

TÚNEL DO TEMPO - PAULO CESAR LOPES VENCE NA DIVISÃO I

200 milhas de Brasília - Campeonato Brasileiro de Divisão 1 em 1975.

Com calma, segurança e perfeição nas curvas e ultrapassagens, o piloto brasiliense Paulo César Lopes venceu com um Maverick V8 Quadrijet a prova de abertura do Campeonato Brasileiro de Divisão 1 e Copa Planalto, disputada dia 23 de março, no autódromo de Brasília. Durante 59 voltas, PC disputou a liderança com José Catanha, Paulo Guaraciaba e Norman Casari e venceu por sua tranquilidade e pelo perfeito serviço de box que reabasteceu seu carro em apenas 28 segundos. Na classe A, para carros de até 2000 cc, venceram Luis Paternostro/Antonio Andrade, que corriam extra-campeonato, com um Passat da Cia. Central de Seguros.
Nas quinze primeiras voltas, Paulo Cesar Lopes manteve sem muita dificuldade o primeiro lugar, seguido por Paulo Guaraciaba, Neidiel Roure e Norman Casari. Daí em diante, Guaraciaba, Neidiel e Casari começaram a ameaçá-lo. Por fim, Neidiel teve de parar com o motor de seu carro superaquecido, mas Casari continuou seguindo Paulo César Lopes de perto.


 
A partir da 23ª volta, a briga pelo primeiro lugar aumentou. Norman Casari corria colado em Paulo César Lopes, e Catanha, recuperando-se bem, colava em Paulo Guaraciaba. Na 25ª volta, Norman Casari conseguir assumir o primeiro lugar ao ultrapassar Paulo César Lopes, mas rodou na saída da curva, perdendo alguns segundos. Ainda assim, pôde recuperar-se e acabou assumindo o primeiro lugar dezenove voltas antes do fim, quando PC parou para reabastecimento. Mas PC voltou logo e ficou apenas meia volta atrás de Norman, que na volta seguinte também parou para reabastecimento. PC, que andava muito forte, conseguiu voltar para o primeiro lugar, mantendo esta posição até o final da prova.
Na Classe A, a maior disputa foi entre Luis Paternostro/Antônio Andrade e dos goianos Ronaldo Bittar e José Lopes Junior, que disputaram o primeiro lugar por quase toda a corrida.
 


 Fonte: revista Quatro Rodas

domingo, 17 de março de 2013

CORRIDA DE KOMBIS

No vídeo abaixo, realizado no Circuito do Mundo no Reino Unido e sem maiores referências da corrida das Kombis Samba, o destaque é o piloto da Kombosa vermelha, que dá uma alucinada largando em último e passando todo mundo. Quando, eu não tenho a mínima ideia, mas é muito divertido.

Tô achando que o piloto da Kombi vermelha é aquele maluco do Top Gear.


 
Mas no Brasil, nos anos 60, houve corridas de Kombis como mostram as fotos abaixo.
 
 Sérgio Cardoso passa por fora na Curva do S, Jacarepaguá (arq. Sidney Cardoso)

A primeira que se tem notícias foi realizada no Rio de Janeiro em 1966, logo após a inauguração do antigo autódromo de Jacarepaguá e foi vencida por Sérgio Cardoso, piloto carioca que seria vitimado dois anos mais tarde naquela fatídica corrida em Petrópolis.
 
Disputa de kombis em Cascavel, 1970. (arq. Pietro Tebaldi)

Também foram realizadas, em 1970, corridas no circuito de Cascavel, mas no antigo circuito de terra por iniciativa de alguns entusiastas da marca.
 
Aqui em Brasília, nos anos 60, Clécio Parrreira, descia o "S" do Hotel Nacional jogando a perua de lado e era o grande "Fera" das Kombis nas ruas da cidade, seguido por um camburão da PM de um tal Sabath.
 
Fonte. Blog do Mestre Joca. Fotos, Sidney Cardoso.

quinta-feira, 14 de março de 2013

PATINHO FEIO SEGUNDO NAPOLEÃO RIBEIRO

O mais carismático protótipo construído em Brasília foi, sem dúvida, o Patinho Feio. Concebido por Alex Dias Ribeiro e sua turma da Camber numa época de sonhar, onde a criatividade e a ousadia, prevalecia, mesmo nos fundos de um quintal na asa norte. 

Napoleão Ribeiro, presidente da FADF e um dos mais entendedores e conhecedores do automobilismo tupuniquim antigo e dono de um acervo infindável, faz uma esplanação da história deste carro que revelou dois pilotos brasilienses para o mundo da Formula 1.

CAMBER
 
"Junte um chassi de Fusca 1200 capotado com quatro estudantes de Brasília e invente um carro!.
 
Foi essa a receita que deu origem a um dos mais curiosos carros de corrida nacionais. Este carro foi responsável pelo início de carreira de dois pilotos que chegaram à Fórmula 1: Alex Dias Ribeiro e Nelson Piquet.

Tudo começou em meados de 1967, quando o pai de Alex Dias Ribeiro capotou seu Fusca 1200 e então Alex, Helládio Toledo Monteiro Filho, João Luiz da Fonseca e José Álvaro Vassallo (o Zeca), então estudantes, resolveram pegar o carro e transformá-lo num carro dcorrida.

Depois de muita martelada e improvisações, ficou pronto o carro de corrida construído em chapa de aço sobre uma plataforma do Fusca e equipado com um possante motor VW de 1200 cc.estréia do carro, que logo ganhou o apelido de “Patinho Feio” aconteceu nos“500 Km de Brasília” em 17 de setembro de 1967, num circuito armado nas ruas da Asa Norte da Capital Federal com a participação de 33 carros, entre eles a Alfa Romeo GTA de Ubaldo Lolli, o Karmann Ghia Porsche 2000 de Aylton Varanda, o Renault R-8 de 1300 cc de Marivaldo Fernandes, a Alfa Romeo Giulia TIS de Emílio Zambello, o VW Sedan com motor 1500 cc de Ênio Garcia, além de dois Karmann Ghia VW 1500, diversos DKW Vemag, Renault 1093, FNM 2000 e VW 1300.


A turma da Camber. Estudantes que ousaram construir um protótipo para correr.
 
Pilotado pela dupla Alex Dias Ribeiro/João Luiz da Fonseca, o Patinho Feio nº17 largou numa das últimas posições do grid, com toda a chance de não se destacar, exceto pelo quesito “feiúra”!Com o desenrolar da prova, os favoritos foram ficando pelo caminho. Primeiro foi o Karmann Ghia Porsche de Aylton Varanda que apresentou problemas no motor. Em seguida capotaram a Alfa Romeo de Zambello e o Fusca 1500 de Ênio, ambos na curva “gêmeas”.


 Patinho Feio em sua primeira configuração. O bichinho era atrevido.

Enquanto isso o Camber ia ganhando posições fazendo uma corrida muito regular e sem apresentar nenhum problema mecânico até passar a ocupar a 3ª colocação atrás da Alfa GTA de Lolli e do Renault R-8 de Marivaldo, que ocupavam as duas primeiras posições.

Na parte final da corrida o R-8 queimou a junta do cabeçote e abandonou permitindo que o Patinho Feio terminasse a prova na segunda posição, feito que nem o mais otimista dos seres humanos pudesse imaginar.


Patinho Feio corrrendo nas 500 milhas da Guanabara em 1968
Um mês depois o Patinho Feio participou dos “300 Km de Goiânia”, prova disputada num circuito que passava pela Avenida Anhanguera, na Capital Goiana. A prova foi mais uma vez vencida por Ubaldo Lolli, dessa vez ao volante da Alfa Romeo Zagato enquanto que o Camber, pilotado por Alex Dias Ribeiro e João Luiz da Fonseca, terminou em 13º lugar.
Ainda equipado com motor VW 1200, o Patinho Feio voltou a correr em Brasília, em dezembro de 1967, terminando em quinto lugar tendo desta feita Zeca Vassallo como parceiro de Alex Dias Ribeiro ao volante do carro.
Nelson  Piquet larga com o Patinho na segunda colocação.

Nessa mesma época os quatro amigos criavam a oficina Camber, oficina que se tornou “point” dos amantes do automobilismo de Brasília e que mais tarde, seria revendedora dos volantes Fórmula 1, dos equipamentos desenvolvidos pela Puma e revenda das motos Yamaha.
Para a temporada de 1968, o “Patinho Feio” foi muito melhorado, passando a ser equipado com um motor de 1600 cc, rodas com aro de 13 polegadas.

Nos “Mil Km de Brasília”, pilotado por Alex Dias Ribeiro e João Luiz da Fonseca, terminou na 12ª posição entre os 43 carros participantes.

 Patinho Feio nos Mil Quilômetros de Brasília, provavelmente o de 1969

Na segunda etapa do Campeonato Brasileiro, as “500 Milhas da Guanabara”,realizada em 30 de junho de 1968, no antigo autódromo de Jacarepaguá, o“Patinho Feio” iria mais uma vez chamar a atenção. Logo nas primeiras voltas o carro se enroscou com o Bino dos Campeões: Luiz Pereira Bueno e José Carlos Pace na Curva Norte do circuito carioca. Do incidente o carro dos meninos de Brasília sofreu pequenos danos, mas o Bino perdeu bastante tempo parado nos boxes para que os mecânicos “remendassem” a carroceria com fita adesiva e desempenassem a suspensão dianteira.

Com o Patinho Feio andando entre os dez primeiros, a prova chegou à sua parte final apresentando uma luta ferrenha pela liderança entre o BMW 2002 de Jan Balder/Pedro Victor Delamare e o Willys Mk I de Bird Clemente/Luiz Terra Smith.
 
Acredito ser no circuito improvisado do Pelezão aqui em Brasília!!! Um  Avalone do lado

Depois de efetuar o último reabastecimento antes do final da prova, Bird Clemente saiu dos boxes disposto a alcançar o BMW. Ao chegar no “S” que antecedia a Curva Norte de Jacarepaguá, Bird encontrou o Camber pela frente.

Sem notar a aproximação do Mk I, Alex Dias Ribeiro não deu passagem e, com isso, Bird saiu da pista arrancando as placas de sinalização de 200, 150 e 100 metros, destruindo completamente a parte frontal e a suspensão dianteira do Willys Mk I.

Uma das viagens para correr fora de Brasília, provavelmente, os Quinhentos Quilômetros de Fortaleza de 1969. o Esquadrão brasiliense embarcado. Da esquerda para a direita, Chapéu de Freira de  Von Negri, Fusca 43 do Carlão Braz  e o Patinho Feio de Alex Dias Ribeiro e João Luiz da Fonseca. Abaixo, Elgar GT 104 do Ênio Garcia/Toninho Feijão e a Berlineta de Paulo Cesar Lopes.

A dupla Balder/Delamare venceu a prova, à frente de uma verdadeira legião de carros de Brasília: 2º Ênio Garcia/Toninho Martins (VW 1600), 3º Karl Von Negri/Dirceu Bernardon (VW 1600), 4º Alex Dias Ribeiro/João Luiz da Fonseca (PT Camber VW) e 6º Paulo César Lopes/Ricardo Penta (Willys Interlagos).
Ainda em 1968 o “Patinho Feio” ficou em segundo lugar com Zeca Vassallo no Circuito de Anápolis e com Alex Dias Ribeiro/João Luiz da Fonseca nos “500 Km de Brasília”.

Em 1969 o Camber recebeu motores mais fortes, passando para 1800 cc e depois 2000. Além do novo motor foi instalado no carro um aerofólio inspirado no“Chaparral”, modelo americano que disputava a série Can-Am. O aerofólio era acionado através de alavanca colocada ao lado do banco do piloto, e deveria funcionar como freio aerodinâmico. Isso acabou provocando algumas confusões quando a “engenhoca” era acionada no momento errado, passando a frear o carro nas retas.


Folder em comemoração aos 40 anos da Camber realizado em 2007

Enquanto isso, à medida que a potência do motor ia sendo aumentada, crescia a tendência do carro em sair de frente, fenômeno causado pela combinação de entre- eixos longo com carroceria baixa. As saídas de frente foram fatais nas corridas disputadas nos circuito de rua de Brasília: nos “Mil Km de Brasília” e nas “Cem Milhas de Brasília”. Na segunda, pilotado por João Luiz da Fonseca, acabou abandonando quando liderava com certa vantagem até destruir a suspensão depois de um impacto contra o meio-fio.

Ainda assim, o carro colheu bons resultados com o quarto lugar nas “Cem Milhas de Belo Horizonte”, prova disputada no circuito improvisado do Estádio Mineirão e o terceiro lugar no “GP do Nordeste”, prova válida pelo campeonato brasileiro disputada no Autódromo de Fortaleza.

Em 1970 abandonou nos “500 Km de Belo Horizonte” e nos “Mil Km de Brasília”terminando em 7º lugar nos “100 Km de Goiânia”.

Antes e depois e a aposentadoria do Patinho Feio.

O carro não era mais competitivo e isso fez com que Alex Dias Ribeiro abandonasse o projeto e passasse a competir no Campeonato Brasileiro de Fórmula Ford e nas provas de carros Protótipos/Esporte/Turismo, com o protótipo AMOK juntamente com Luiz Estevão.

Esse carro, também equipado com mecânica VW, era bem mais desenvolvido do que o Camber e dispunha de chassi tubular e motor central. Muitos o confundem com o Camber devido as suas cores e por ser pilotado por Alex Dias Ribeiro, mas não tinha nada a ver com o “Patinho Feio”.
Em 1972, foi construído um circuito alternativo em Brasília, chamado de circuito do Pelezão, por ser traçado no estacionamento do estádio do mesmo nome.

Para competir nessas provas, Nelson Piquet pegou o Camber, que estava abandonado no fundo da oficina, encurtou o entre – eixos e, juntamente com Ruyter Pacheco, passou a e, no dia 11 de junho de 1972, acabou obtendo a única vitória do carro na classificação geral.

Depois o carro foi totalmente remodelado e encontra-se em perfeito estado de perfeição sob os cuidados do seu proprietário: Alex Dias Ribeiro".


Abaixo, as provas do Patinho Feio.

 
 Fotos, Napoleão Ribeiro, Pedro Baleiro e captadas na Internet.