sábado, 13 de dezembro de 2014

TÚNEL DO TEMPO - O ACIDENTE DO GT MALZONI DE DEZINHO MOTA

Mês passado tive o prazer de conhecer um dos pilotos que, na minha adolescência, fez parte do meu imaginário e de muitos fãs do automobilismo brasiliense e que iam às ruas da capital federal assistir as corridas como Mil Km de Brasília, 500 Km ,100 e 200 milhas, nos diversos circuitos improvisados nas largas avenidas de Brasília.Trata-se de Neuder Mota, o Dezinho mota, piloto goiano que correu de motos nos anos 60 em Goiânia, de DKWs, Simca Tufão, Malzoni e Dodge. Nesta semana fui a sua residência em Goiânia e ouvi as suas histórias da época de ouro do automobilismo brasileiro e ele falou do terrível acidente que ele sofreu em Salvador/BA, com o Malzoni 22, quando Ubaldo Lolli tentou o ultrapassar e a sua Alfa GTA escorregou batendo no seu Malzoni, jogando-o contra um post e partindo o seu Malzoni em duas partes. A primeira parte ficou o motor, câmbio e a carenagem da parte dianteira da carroceria e a segunda sobrou os pedais de freios, acelerador e embreagem, bancos e a parte traseira do carro, quase arrancando as suas pernas. Nos retratos abaixo, as fotos mostram como ficou o Malzoni que pertenceu a Norman Casari. Tiveram que juntar as duas partes para eles tirarem as fotos. Imagina como não deve ter ficado o carro!!!

Segundo ainda Dezinho Mota, Ubaldo Lolli não teve a intenção em provocar o acidente e o isentou de má fé e que o acidente foi numa disputa normal de prova. Na mesma noite Ubaldo Lolli o visitou no hospital e pediu desculpas pelo acidente.

Tudo isto aconteceu no longínquo 1969, época de ouro e de fascínio do automobilismo brasileiro.

Veja como ficou o Malzoni de Dezinho Mota após o acidente.


Mas antes, vamos conhecer um pouco deste carro no relato feito por Joaquim Lopes, o Mestre Joca, no seu blog:

"Já abordei este assunto aqui no blog e em outros lugares, mas ainda merece um retorno ao tema. Repetindo o que escrevi antes: "Em 1967 Norman Casari sagrou-se bicampeão carioca pilotando o Malzoni da foto acima. Foi inclusive o primeiro carro nacional a usar os enormes pneus Firestone Blue Streak, que seria o pneu de eleição de algumas equipes de ponta no ano seguinte. Já em 1968 o Malzoni campeão foi vendido ao piloto goiano Neuder "Dézinho" Motta que o pilotou na temporada de 1968 e 160, DKW, Simca 69 do Planalto Central e em algumas provas interestaduais.

Nas mãos de Dezinho Mota, o Malzoni deu continuidade ao cartel de vitórias, ganhando os 500 Km de Brasilia de 1968 e as 100 Milhas do Distrito Federal de 1969, e isso já contando com a ferrenha concorrência dos mais bem preparados fuscas de 1600/1800 cc e protótipos nacionais das mais diversas mecânicas.

Local do acidente (cortesia Old Races Blog)


Mas a auspiciosa sobrevida do Malzoni  foi bruscamente interrompida por um seríssimo acidente nos treinos para os 500 Km de Salvador de 1969 quando sofreu uma criminosa fechada da Alfa Romeo GTA de Ubaldo Lolli na reta após a Curva do Calabar, jogando-o contra um poste e partindo o Malzoni em dois. Felizmente o piloto goiano escapou apenas com escoriações nbas pernas.

O Malzoni 22 após o acidente nos treinos... Por muito tempo procurei por um registro do Malzoni 22 acidentado em Salvador, até cheguei a postar aqui uma foto equivocada do acidente. Mas por obra e graça do amigo Jovino Benevenuto Coelho, titular do Mocambo Blog que conseguiu a foto acima junto ao piloto Neuder Motta podemos ver finalmente o estado e o fim do famoso Malzoni.

Consta ainda que pode ser aproveitado do Malzoni foi utilizado na construção de outro protótipo para Dezinho Motta, sendo que este com motor VW e tração na dianteira.

Tive a felicidade de ver este Malzoni-DKW em ação, tanto nas duas vitórias em Brasília e outras provas, bem como na sua destruição em Salvador, além de ter visto este estranho protótipo híbrido DKW-VW em duas oportunidades,  nos Mil K m de Brasilai de 1970 e nos 500 Km de Goiânia do mesmo ano.. Privilégio é isso."

Segundo Dezinho Mota, o que sobrou do Malzoni acidentado em Salvador/BA ele construiu um protótipo e que participou de provas em Goiânia.

(fotos do acervo de Dezinho Mota/Old Races)

Dezinho Mota em Salvador momentos antes do acidente.
O acidente foi terrível partindo o Malzoni de Dezinho e dividindo-o em duas partes e que foram juntadas para se fazer estas fotos.

A frente que foi separada ficou com o motor e o câmbio e quase corta as suas pernas na disputa de curva  quando, Ubaldo Lolli, na tentativa de ultrapassar o Malzoni, escorregou e tocou o Malzoni jogando-o contra um poste.


No detalhe o  interior do carro. A alavanca de marchas e o banco como ficou a divisão do carro na parte traseira do carro.
  No detalhe, para se juntar as duas partes separadas usaram este pedaço de pau.
No detalhe os três carburadores Solex do motor feito pela fabrica com supostos 80cv, segundo Dezinho Mota.

DEZINHO MOTA EM ANÁPOLIS

No cantinho direito, o Lorena de Olavo Pires seguida de perto pelo GT Malzoni do Dezinho em Anápolis em 1968. Ênio Garcia largou lá atras e veio buscando até sofrer um acidente e matar 6 pessoas. 

Nesta prova em Anápolis, segundo Dezinho Mota, a organização da prova terminou a corrida com duas voltas de antecedência tirando a chance dele vencer a prova, pois ele vinha chegando muito rápido e tinha chance de chegar na frente de Olavo Pires e vencer a prova. Coisas do automobilismo brasileiro.

A apresentação do Malzoni à imprensa após a compra de Norman Casari

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

PEDRO PIQUET TESTANDO EM BARCELONA

Pedro Piquet testando hoje em Barcelona. O vídeo e a foto me foram encaminhados pelo próprio Piquet. É o jovem piloto brasiliense já se ambientando no meio das maiores feras da Fórmula 3 Européia.

No retrato, Pedro e o seu engenheiro Felipe Vargas.

Abaixo, pequeno vídeo da saída dele para os testes matineis na pista espanhola.



quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

ITC EM INTERLAGOS EM 1996

Raríssimo e inesquecível, a 2ª prova do ITC (antigo DTM) em Interlagos em 1996. Atuação esplêndida do então jovem e desconhecido Max Wilson, liderando na pista molhada com um carro do ano anterior.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

FELIZ NIVER BARATA

O meu amigo Nelson Ormezzano, o queridíssimo Barata, veio de sampa há uns 7 anos acompanhando sua esposa que assumira uma função de confiança no TST, e, em pouco tempo, fez um grande número de amigos aqui em Brasília e tornando-se uma das pessoas mais carismáticas do nosso círculo de amizades.

Barata reuniu os amigos e amigas numa pizzaria no lago sul para comemorarmos o seu aniversário regado a vinhos, cervejas e um delicioso bolo.

Eu, particularmente, o considero um dos melhores amigos que tenho hoje e lhe desejo longa vida, com muita saúde e  realizações.

Barata apagando a velinha que simboliza os seus sessenta e dois anos bem vividos.
Da esquerda para a direita, Marisa, Luiz, Roberto Costa, Marconi, Von Negri, Euclides, Barata, PA, Letieri, Braca, Nilo Moto, Nelson Piquet  e Pedro Piquet.
Da esquerda para a direita: Paulo Afonso, Letieri, Braca, Piquet, Marisa, Roberto Costa, Marconi, Euglides,Chico, o nosso fiel escudeiro na arte de servir a todos nós, o aniversariante Barata, Von Negri e Penta.
Chico, Von Negri, Penta, Giovani, Magda e Vargas.
Aluizio, Thasso, e Paulo Afonso
Barata,  Aluizio, Thasso, PA e Letieri.

sábado, 22 de novembro de 2014

FORMULA 3 EM GOIANIA - MUITA DIVERSÃO E VITÓRIA DE PEDRO PIQUET DEBAIXO DE MUITA CHUVA

Hoje, pela manhã, o telefone tocou. Era o meu amigo Nilo Moto me convidando para  irmos a Goiânia assistir as duas últimas etapas da Fórmula 3 Brasil.

Pegamos estrada com o seu potente Corvette Pantera Negra de 450 cv e chegamos no autódromo goiano por volta de 10h da manhã e fomos direto para o caminhão trailer do Piquet que nos recebeu com o seu tradicional bom humor. Depois, subimos para a parte de cima do caminhão e ficamos lá vendo o treino da Copa Petrobrás de Marcas e pilotos até chegar, de Brasília, o restante da nossa turma.

O autódromo de Goiânia está muito bonito, todo reformado, e, apesar do tempo chuvoso, nos divertimos muito.

A tomada de tempo da Fórmula 3 Brasil foi rápida porque logo começou a chover e quem entrou antes na pista ainda a pegou seca e se deu bem. Pedro Piquet já pegou a pista molhada e acabou por largar na quarta posição, mas, na corrida, deu mais um show passando todos os seus adversários e já na quarta volta assumiu a ponta e acabou vencendo a prova.

Abaixo, muitas fotos do nosso dia em Goiânia.

Em cima do caminhão do Piqut: Dani, Magda, Giovani e marisa.
Luiz Carlos, Giovani  e Marisa
Dentro do Trailer: amigos do Piquet, Piquet,Chico, Luiz, Dani, Magda e Marisa, toda orgulhosa, levando o famoso chifre do Piquet.
Marisa posando para um suculento gole de uma deliciosa Itaipava.
Edmundo, Dani, Magda, Piquet, Nilo, Marisa e Pedro Piquet
Piquet e Nilo
Nilo, Pedro, um amigo e Marisa
Nilo levando um golpe baixo
Jovino, Edmundo, Piquet, Marisa e Nilo.
Tempo chuvoso

Pedro Piquet saindo para a pista.


Nilo e Ferreirinha, uma das maiores lendas vivas do automobilismo brasileiro com mais de cinquenta anos de automobilismo.


As inocentes levando chifre duplo do tricampeão.


Giovani, Nilo, Jovino, Piquet, Pedro, Magda, Dani, Marisa e amigo.

Hora do rango. Como come esta menina...Coitada da Dani, não sobrou quase nada para ela.




 A vida é bela
Marisa dando o troco

Todos prontos para a largada.

ATUALIZANDO EM 23/11/14.

Na corrida de hoje, Pedro Piquet largou em 6º  e venceu a prova.



quarta-feira, 19 de novembro de 2014

SPEED 1600 PAULISTA DOS ANOS 90!!!

Raríssimo vídeo da Speed 1600 Paulistana que me foi encaminhado pelo amigo Guilherme Can. Não há maiores referências de quando foram feitas as imagens, mas assistindo o vídeo, dá para perceber que é lá pelos anos 90 quando Interlagos ainda estava carente de reforma e bem diferente do que é hoje, apesar de já ter sido modificado o seu traçado com a criação do "S" do Senna.
 
As imagens mostram os bastidores de uma das etapas, bem como a câmera on board de algum dos competidores e a grande quantidades de fuscas que fazem uma competição bastante acirrada.
 
Divirtam-se.
 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

PUMA ENSAIA RETORNO ATRAVÉS DAS PISTAS


A Puma, fabricante brasileira de maior sucesso no ramo de carros esportivos, completa 50 anos este mês. Extinta desde a década de 90, a marca ensaia um renascimento — e esse retorno deve se dar nas pistas, exatamente como a Puma original, gerada a partir do GT Malzoni de corridas.
 
Os responsáveis pela nova empreitada são o administrador de empresas Fernando Mesquita e o empresário Reginaldo Galafazzi, fãs de velocidade e da Puma. A ideia é fabricar inicialmente um lote de 20 a 25 carros de competição e formar uma nova categoria no automobilismo — o piloto Jan Balder, que organiza provas de regularidade no Autódromo de Interlagos, está apadrinhando a ideia.
 
Os carros serão feitos na cidade de Itatinga, a 230km da capital paulista. Um pré-protótipo está sendo montado e deve ficar pronto em janeiro. Daí se partirá para a produção dos carros de corrida, que devem ficar prontos ao longo de 2015. Caso tudo corra dentro do previsto, a categoria estreará em 2016.
CA Rio de Janeiro (RJ) 03/11/2014 - Empresários paulistas Fernando Mesquita e Reginaldo Galafazzi querem relançar o carro esportivo Puma - Foto: divulgação - divulgação / Divulgação
O foco é nas pistas. Podem até vir carros de rua, mas só depois. Temos ideia, temos projeto, mas não queremos prometer muito. Preferimos fazer bem feito a avançar demais e ter que voltar atrás — explica Fernando.
 
O chassi tubular está sendo montado por Eder Tadeu Nunes, preparador de carros de competição. O motor será transversal, instalado entre eixos, logo atrás do banco do piloto. A ideia é usar um motor 1.6 turbo e câmbio de cinco marchas. O pai do novo Puma diz que ainda está fechando negociações com o fornecedor e não pode adiantar muito mais do que isso.
 
INSPIRAÇÃO ALEMÃ
 
Já a carroceria de fibra de vidro é uma versão atualizada dos Puma GT feitos entre 1968 e 1975, mas com proporções inspiradas no atual Porsche Boxster e com um quê de Lotus Elise. O desenho básico é obra do jovem designer paulista Du Oliveira, famoso por seu blog “Irmão do Décio”, em que faz releituras modernas de modelos clássicos.
 
Pesando apenas 570 quilos, com motor entre-eixos e potência em torno de 180cv (com álcool), o novo Puma deverá ser um brinquedo divertidíssimo.
 
— Tocar o renascimento de uma marca com tanta história é uma responsbilidade enorme com o passado — afirma Fernando.
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A história da Puma começa em 1964, quando o fazendeiro e carrozziere Rino Malzoni fez um protótipo de corridas com carroceria de metal e mecânica DKW — motor dois tempos de três cilindros e tração dianteira. O carro artesanal nasceu numa plantação de cana-de-açúcar em Matão, interior de São Paulo.
 
O rápido sucesso nas pistas levou Rino a criar a sociedade Lumimari, para produzir mais carros — só que de fibra de vidro: era o GT Malzoni. Os três primeiros exemplares foram entregues ao departamento de competições da fábrica DKW-Vemag, comandado por Jorge Lettry.
 
Além dos carros da equipe oficial, havia outros, vendidos a pilotos amadores. Veio também uma versão de rua, com para-choques cromados e interior forrado com esmero. Nas 35 corridas em que participaram, de 64 a 68, os Malzoni obtiveram 12 vitórias contra importados como Alfa GTA e Alpine A-110.
 
Os primeiros Puma GTB na fábrica do Ipiranga, em São Paulo - Arquivo / Agência O Globo


MECÂNICA VOLKSWAGEN
 
No fim de 1966, o Malzoni GT deu lugar ao Puma com motor DKW, de pouco sucesso em corridas. Com o fim da Vemag, em 1967, os Puma de primeira geração perderam o fornecedor de sua parte mecânica. A solução foi fazer uma nova carroceria para vestir um chassi de Karmann-Ghia, com motor Volkswagen “a ar” na traseira.
 
Os Puma com mecânica VW brilharam em ralis (com destaque para a participação de Jan Balder). Mas foi nas ruas brasileiras que ficaram famosos, tornando-se um dos maiores sonhos de consumo dos anos 70. Houve muitas exportações para Estados Unidos, Canadá e Europa (foram aproximadamente 50 países, no total).
 
Ao longo da década, a marca diversificou sua linha, fazendo ainda os modelos GTB (com mecânica de Opala) e cabines da caminhão, além de projetar o Mini-Puma, carrinho popular que não chegou à produção.
 
O Puma no Salão do Automóvel de São Paulo de 1970 - Arquivo / Agência O Globo
 
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No início dos anos 80, a fábrica entrou em crise, juntamente com a derrocada da economia brasileira e as restrições técnicas cada vez maiores do mercado americano. Com novos donos, a Puma ainda tentou se manter por meio de duas empresas baseadas no Paraná: a Araucária Veículos (1986) e a Alfa Metais (que manteve uma pequena produção até os anos 90).
 
Com produção total de 22 mil carros, a marca Puma ainda pertencia aos herdeiros de Luis Roberto Alves da Costa, sócio da fábrica original. Amigo da família, Fernando Mesquita obteve o registro para criar a nova Puma Automóveis. Agora é ver se essas feras voltarão a rugir.
 
 
 
Um Puma Malzoni T 1965 ao lado de um DKW - Arquivo / Agência O Globo
 
Fonte. Jornal o Globo.