quinta-feira, 29 de abril de 2010

BAR MOCAMBO, O QUE ERA ESTE BAR?

Na apresentação do Blog, houve uma pequena polêmica em relação ao que era o Bar Mocambo.

Na minha concepção imaginária lógica, um bar tem que ter mesas, cadeiras, gente bebendo e batendo papos, circulando e dando vida ao local do encontro.

Pelo que os amigos que viveram aquela época aqui em Brasilia me falaram e posteriormente corrigido no referido post, o bar mocambo não tinha mesas e nem cadeiras e sim um banco enorme em forma de L que atravessava toda sua extensão e as pessoas, geralmente, ficavam em pé.

Confesso, que, naquela época, era um moleque de calças curtas que ainda gostava de jogar bola, brincar de salve cadeia, carrinhos de rolimã, jogar bolinhas de gude, finca, nadar no lago Paranoá, entre todas as aprontações que jovens pelos seus 13/15 anos faziam aqui na cidade.

Ênio Garcia, José Carlos Catanhede (o Catanha) e Jovino

Ouvi falar pela primeira vez do Bar Mocambo exatamente no blog do meu amigo e incentivador Joaquim Lopes Filho (Blog do Mestre Joca), quando de um post sobre os Mil Quilômetros de Brasilia, num comentário de um antigo piloto e que viveu aquela época. Disse ele: "que o melhor dos Mil Km de Brasília não era a prova em si, e sim, o que rolava no Bar Mocambo antes e depois das provas".

Aí me despertou a curiosidade em saber que bar era aquele que pilotos e jovens daquela época frequentavam e fazendo pesquisas na internet, não achei nada que falasse a respeito deste bar, apenas referências à origem da palavra "Mocambo" e para minha surpresa, as citações da referida palavra eram exatamente vindas do Blog do Mestre Joca, no referido comentário deste piloto.

Carlinhos Pontual, Ênio Garcia, Fernando Lapagesse, Flavio Palma

Semana passada, estive presente no já tradicional encontro das quintas feiras no Bar da Lapa juntamente com um monte de amigos e que fizeram parte desta geração de jovens que frequentavam o Bar Mocambo. Hoje, como mostram as fotos, estão ainda muito jovens e cheios de vida, pois se reúnem ali há mais de 40 anos, sempre com ótimas histórias dos velhos e bons tempos.


Ouvi deles, sobre o Bar Mocambo, desde que era um "bar estilo pé sujo" até "uma ótima casa de massas" dos irmãos italianos Arena frequentado pela juventude brasiliense da época que gostavam de pegas, mulheres bonitas, bebidas, enfim, pessoas normais e inteligentes e que gostavam de chicles de bolas e rock and roll, espero.

Afinal de contas, o que era o Bar Mocambo?

Carlinos Pontual, Ênio Garcia, ladeados por amigos

Portanto, abro espaço aqui para que os blogueiros que vivenciaram esta época maravilhosa aqui na cidade possam esclarecer e dar informações mais precisas a respeito do referido Bar, não somente ele, mas todos que a juventude brasiliense frequentavam naquela época.

18 comentários:

  1. Grande amigo Jovino,

    Realmente as ressalvas quanto à inicial foram devidamente acolhidas.
    Era um bar, onde se bebia desde um cafezinho simples até uma excelente massa italiana, preparada na hora pelos "experts" da Famiglia Arena.
    Lá, a partir das 20 horas, especialmente, reuniam-se os jovens em geral, principalmente aqueles aficcionados ao automobilismo, para que fossem transmitidos os acontecimentos mais recentes no gênero, em virtude de não termos transmissões de F-1, Stock-car, F-Indy, GP-2 ou "rallies" domésticos ou internacionais pela televisão. Era tudo via Rádio Bandeirante ou Jovem Pan(ouvi algumas do início do Emerson "Rato" Fittipaldi, José Carlos "Moco", dentre os brasileiros).
    Como toda roda, sempre tinha aqueles gosadores, moleques - no bom sentido - mas sempre focados no automobilismo.
    Os Gordinis, Vemags, Simcas, Aero Willys, os Interlagos (poucos) estavam sempre estacionados nas proximidades.
    Vale destacar, também, que ali se reuniam "aqueles" - negarei até o fim quais, rsrsrs - que por lá se reuniam para dar uma "subida pras casas das primas", procurando dividir as despesas do taxi do Ricardo...
    Quem poderá dizer direitinho é o Taná...rsrsrs
    Obrigado pelo espaço, mas nunca foi pé-sujo ou ambiente frequentado por políticos da época...
    Sempre uma casa digna dos seus frequentadores habituais,quase sempre com suas camisas "banlon", suéteres de cashemira argentina e o inconfundível perfume da época, o Lancaster argentino.
    Era lá onde se saboreava uma excelente massa, uma boa cervejinha, um tequila, um cuba-libre ou um 12 anos digno sem batismo...
    Ao lado, ficava a Remington Rand, onde "dava expediente, o nosso ídolo Ênio Lourenço garcia.
    Abraços e muito obrigado por voltar a essa época de "muita ralação", mas que nos mantém unidos até os dias de hoje.

    Luiz Fernando Lapagesse

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Fernandinho, mas que relato! E de quem viveu esta época maravilhosa do início da juventude brasiliense.
    Sei, desde que comecei a frequentar o Bar da Lapa, quando fiz ótimos amigos, só pelas conversas e causos que ouvi lá daria para fazer vários livros, embora, muitos causos não poderiam ser publicados por motivos óbvios. Peguinhas, bebidas, automobilismo, música, tudo aflorava naquela época.
    E o mais bacana disto tudo é que vocês se reúnem a mais de quarenta anos e existe, não apenas amizade entre vocês, mas uma irmandade, coisa de amor, respeito e admiração que uns sentem pelos outros.
    E tô dentro da festa de 50 anos do Caseb lá no Iate e sei que vem gente do Brasil todo.
    Jovino

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  4. Jovino, também tô nessa festa dos 50 anos do Caseb. Temos uma turma que se formou no ginásio em 1970, e vem se reunindo regularmente deste o ano 2000, quando comemoramos os 30 anos de formatura. Estaremos lá.
    Quanto ao Mocambo, fico na mesma que você, eu ainda era moleque 11/12 anos naquela época. Minha lembrança é de quando ia ao Cine Cultura e passava em frente ao Mocambo. Na volta a pé do Caseb, no caminho para a SQS 304, também passava por lá.
    Augusto Freire

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  5. Olá meu nome é Rodolfo Miguel Costea ( mais conhecido na época como Michel ou Michelzinho, filho do Michel Costea que infelizmente já nos deixou), e parabéns pelo blog, este mexeu comigo...mas tenho um pouco também para contar, ná época eu estudava a noite no Caseb cursando o científico, tinha um belo e reluzente Willys Interlagos que comprei do Roberto Farias parceiro de Jeorge Pappas nas corridas, eles corriam com o famoso Belcar ora com numeral 33, ora 23, ou 3 não sei explicar, mas o tema agora é Bar Mocambo, um reduto dos jovens na época apaixonados por corridas, na frente do Bar tinha o estacionamento que dividia as vias W-3, e lá quando a gente passava só de ver o carro já se sabia quem estava lá, vou citar alguns nomes que me lembro, Baeta, Claus, Paulinho (cemita), Tito Passarinho, Nasser, e outros que não me recordo o nome, pois já se passaram mais de 40 anos....

    Agora o melhor era quem frequentava vai se lembrar muito bem, a "tomadinha", sim a tomadinha era quem saia do bar tinha que obrigatoriamente fazer a tomada da curva para entrar na rua que dava acesso as quadras 306 e 307, claro que todos paravam para ver a tal tomada, após isto voltava-se ao papo até outro membro frequentador se despedir e todos em coro, vai ter tomadinha???
    bem por hora é só depois tenho mais "causos" para contar...
    Espero ter colaborado, um abração a todos amigos de Brasília.
    Rodolfo ( Michelzinho)

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  6. Estou transferindo o comentário do nosso amigo José luiz enviado para o meu email.
    Obrigado José Luiz

    "Olá Jovino.
    O Mocambo foi talvez o "point" mais importante daquela época. O pessoal dos pegas já falou quase tudo e todos os que apareceram nas fotos foram ícones da maior importância: uns monstros ! Ênio Garcia é uma lenda. Nesse setor acho que os melhores arquivos devem estar com o José Roberto Nasser, cronista onipresente desde sempre.
    Mas tem outros aspectos não muito explorados nos depoimentos que você colheu: Mocambo cheio, e a voz de comando "vamos prás casas ! " ... e na volta das casas tinha o maca-maca-do-moca-moca, como dizia o Geraldinho. Era o melhor espaguete ao suco que existia. Àquelas horas a moçada comia qualquer coisa.
    Teve também o refrigerante "Zupa" tentado pelos italianos, mas parece que não foi muito longe.
    Ah, as casas eram as boates na estrada de Luziânia: Sete Quedas, Veneza, Pingo D'água ...
    Algumas das pessoas das fotos conhecem bem essas histórias.
    Abraço.
    zeca."

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  7. Michelzinho,
    Muito bacana o seu comentário.
    O que o blog pretende é exatamente esto, juntar um monte de gente que viveu aquela época maravilhosa aqui na cidade e contar causos, como o seu.
    Seja bem vindo.

    Augusto,
    Somos também pioneiros, de uma segunda geração e que curtiu muito pegas no caseb, gilberto salomão, concerto cabeças (se lembra, na 307 sul?) entre tantos outros.
    Com certeza nos veremos lá no baile dos 50 anos do Caseb.
    Jovino

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  8. Ou o famoso pastel da rodoviária que funcionava 24 horas por dia....
    Grato por este Blog Jovino uma bela iniciativa, isto aqui vai dar muito o que falar, ou melhor, escrever......
    Michelzinho.

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  9. Mais depoimento do José Luiz Jofffly, o Zeca.

    "O Mocambo teve várias históriass... Roberto Urubu bêbado, na ponta do balcão, cansou de pedir a pizza. Subiu no balcão, foi desviando dos pratos da moçada q estava comendo até a janela da cozinha: "Cadê a minha pizza, porra". Eu e Hamilton saindo do Iate bêbados - a gente levava duas garrafas de conhaque Dreher cada um. Pegava um conhaque duplo no bar, copo cheio de gelo
    e só ia completando no carro. A segunda garrafa era pros filantes. Chovia pra cacête. Parei no estavionamento, ele parou do labo "sobe pra cá". Subi e ele entrou no Mocambo com jipe e tudo pra pedir a pizza e um macarrão à bolonhza. Sexta-feira ficava lotado. Todo mundo esperando a chegada d`O Pasquim com medo q fosse apreendido.
    Geraldinho chamando "Jacareti" - seria Jacaré contrabandista de gileti - e o Lauro, puto, qurendo dar porrada na sombra.
    Aliás fui eu quem começou a dar força pro italiano patrocinar o outro Zeca numa corrida com a Zuppa e ele ficou como o Zeca Zuppa."

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  10. Mais um relato, este do Roberto Nasser.

    "jovino,
    o mocambo era um bar de balcão, sem mesas. servia, ao que me lembro para esta turma, filé a parmegiana, pizza brotinho - e os tomates eram de vez -, e lasanha. muita. coisa de passagem, sem maiores cuidados, porque não era o espírito.
    o pessoal das corridas tomava liberdades e, numa noite, dois simpáticos malucos entraram na cozinha, pegaram duas enormes colheres de madeira e vieram duelar sobre o balcão.
    vésperas dos 1.000 km de 1968, burburinho na porta, em especial pela construção do elgar e participação brasiliense, o greco, chefe da nova equipe ford, recém vencedora daos 1.000 milhas com os MK I, parou um gálaxie na porta, e desceu junto com peroba, pace, marivaldo, bird, e outros. criou um engarrafamento. primeiro para saber o que havia ocorrido. e, em seguida, pela constatação, para sorver aqueles minutos de contato com os mitos que só conhecíamos de longe.

    o pedro, que foi caixa e gerente durante muito tempo, geria o café no térreo do bloco intermediário do conjunto nacional. posso saber amanhã.

    tempos saudosos e saudáveis. nasser"

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  11. Olá, tudo bem?

    Gostaria de saber se vocês poderiam nos ajudar nessa divulgação?

    Muitíssimo obrigado, desde já!

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  12. Oi Jovino, corrige aí, esse "mais um comentário do josé luiz". Quem mandou isso foi o Pedroso e não eu. Eu nem bebia...
    abraço.
    z

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  13. Comentário do Jose Antonio Souto Pedroso enviado para o meu email.

    Obrigado Pedroso.

    "Muita coisa relatada sobre o mocambo eu não lembro, talves acontecimentos anteriores a minha entrada na turma dos corredores de automóvel - se é q se pode considerar o Gordini um automóvel. Entrei no ramo em 1986/7. Entrei reabilitando a Automecânica São Bernardo. Ganhei a corrida de estreante, depois de algum tempo q o Bernardo tinha desistido de preparar carros pra corrida. Meu tempo tinha o "cabeça branca"(Enio Garcia), Paulinho Guaraciaba, Valdir Lomazi, Jorge Papas (corria de Vemag), Hamilton (fez duas corridas comigo), teve até o Nelsom Piquet q estreou o "patinho feio", pela Camber, num dos 500 km de Brasília. Podia achar todos eles no Mocambo dia de sexta-feira. Depois de uma apreenção d'O Pasquim ficava todo mundo esperando a chegada pra garantir o exemplar. Sábado a gente já vinha de porre do hi-fi do Iate e aprontava todas. Tres da manhã e a casa fervia, cheia de bebado, pra desespero do Luigi, o irmão q ficava responsável pela madrugada. Não arrancava o restinho do cabelo por falta de coragem. Os casos do Roberto Urubu andando pelo balcão e entrando na cozinha pela janela de entrega dos pedidos e o Hamilton de jipe e tudo pedindo duas pizzas tb. Participei dos dois.
    É o q lembro agora"

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  14. Jovino, Flávio Palma (Lima?) o Caninha? Trabalhamos juntos. Depois de 40 anos não dá para reconhecer de costas. Pede para ele virar que eu vou dar um abraço nele.
    zeca joffily

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  15. Caro Jovino, sds.
    Sua correção inicial teve um pequeno deslize, que imagino foi obra do além: "e sim um banco enorme em forma de L..." Não era um banco, era um balcão em L, com banquinhos altos, estes de botequim mesmo. Era ali que tomávamos nosso chop e, também, podíamos saborear as massas produzidas pela "máfia" dos Arena, que tempos depois passaram a produzir um refrigerante Zuppa!, que durante muitas edições patrocinou o Zeca que chegou a ser conhecido pela alcunha de Zeca Zuppa, N° 42 Gordini Bordô.
    Soube que houve uma morte esquisita na família Arena, os remanescentes não sei onde andam. Como já não contamos mais com o historiador Hamilton Medeiros, somente o Penta ou o Nasser para dar conta do paradeiro daquela turma.
    Abraços.
    Dia 28 de outubro estaremos n"o" Lapa.
    Clécio Parreiras

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  16. Jovino, faça um passeio, veja que interessante achei hoje.
    Abraços, Clecio

    http://www.interney.net/blogs/saloma/2010/02/

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  17. Que bacana ler sobre o Mocambo. Filha e sobrinha dos Arenas. :)

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  18. Precisamos de uma foto da fachada do Mocambo e do interior do Bar ( parece que não havia mesas mas tão-somente um balcão bem comprido e bancos altos para sentar-se defronte à bancada. É isso?

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