quarta-feira, 2 de junho de 2010

OS FUSCAS DE BRASILIA...

Embora oficialmente no Brasil desde 1952, quando aqui montava unidades CKD, a Volkswagen nunca foi muito pródiga em participar de corridas. Apesar de alguns registros no início da década de 50 de alguns VW correndo no Rio de Janeiro, seu pequeno motor de 1.100 cc e 36 Hp não permitia muitos vôos. Somente no Rio Grande do Sul por volta de 1956 é que o piloto gaúcho Haroldo Dreux começou a ganhar algumas provas com um VW enxertado com motor Porsche de 1500 cc.

A primeira grande participação em termos nacionais de um fusca em corridas foi mesmo nas Mil Milhas Brasileiras de 1956 quando um sedan bastante modificado e equipado com elementos do motor Porsche 1500 RS liderou a prova por muito tempo, só perdendo a liderança devido à quebra do cabo de acelerador. Na mesma ocasião, Haroldo Dreux em dupla com Aldo Costa conduziram outro Fusca Porsche ao sétimo lugar.

Depois disso, são eventuais as participações do simpático besouro, até o advento de outro Fusca-Porsche, desta vez o da Dacon pilotado por José Carlos Pace e que andou infernizando a vida dos outros concorrentes no final de temporada de 1965. Dois anos depois, 1967, Emerson Fittipaldi vence uma prova só para VW em Interlagos e nas Mil Milhas deste ano um Fusca bem preparado pela Dacon consegue um sexto lugar com a dupla Fritz Jordan/Nathaniel Townsend. Eventualmente, no Rio de Janeiro alguns Fuscas 1200 cc equipados com o kit Okrasa começam também a dar trabalho aos carros maiores.

Mas nos 1.000 Quilômetros de Brasilia de 1968, dois fuscas bem preparados chamam a atenção: o #64 de Ênio Garcia e Toninho Martins e o #12 de Carlos Alberto Brás/Tito Passarinho, que durante a madrugada apresentaram um desempenho incomum aos carrinhos da marca. Ênio/Toninho acabaram abandonando mas o carro de Brás/Passarinho chegou em sexto lugar, atrás de duas Alfas GTA, o Fitti-Porsche, o Bino Mark II e um FNM/JK.

O fusca Auto Modelo de Karl Von Negri/Dirceu Bernardon

Os brasilienses continuam a surpreender nas 500 Milhas da Guanabara quando cravam o segundo lugar (Ênio Garcia/Toninho Martins), o terceiro (Karl Von Negri/Dirceu Bernardon) e o quarto com o Protótipo Camber de Alex Dias Ribeiro/João Luiz da Fonseca.

O fusca Disbrave de Carlos Alberto Brás/André Gustavo

Não que andar de fuscas bem preparados fosse uma primazia do pessoal de Brasilia. Vários corredores de São Paulo, Rio, Minas, Bahia, Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Sul também já o faziam, mas o desempenho dos fuscas candangos era realmente algo notável. O espanto continua nos 500 Km de Salvador onde Ênio Garcia/Toninho Martins chegam em terceiro, seguidos de Inácio Correia Leite/Jacques Lima com outro Fusca brasiliense.

Os bons resultados culminam - apenas para citar as provas de caráter nacional - nos disputados 1000 Km da Guanabara onde Inácio Leite/Luis Cláudio Nasser fazem quarto lugar e Ênio Garcia/Toninho Martins ocupam o quinto posto, atrás do Fusca-Fittipaldi de Nathaniel Townsend/Marivaldo Fernandes.

O mais bem sucedido: fusca Cascão/Brasal de Ênio/Toninho Martins.

É claro que outros fuscas correram também com grandes resultados, entre eles o dos irmãos Fittipaldi que venceram as 12 Horas de Porto Alegre, mas no cômputo geral daquela temporada nenhum outro fusca foi mais eficiente nas pistas do que os besouros de Brasília.

Afinal de contas, qual era a receita dos candangos, alguém sabe?

(fotos reprodução AE/Claudio Cruz/ material postado originalmente no Mestre Joca)

3 comentários:

  1. Transcrevo comentário do Helinho de Freitas encaminhado para o meu email,


    Maravilha, Parabéns, naquela época então com 17 anos ganhei um Jeep Candango do meu Pai, era branco, conversível e com rodas 16. Os pneus comprava de carros americanos da época e frisava com ferro quente. Estudava no pré - Universitário, o carro era um sucesso. Depois veio a época dos fuscas 1.600, normalmente rebaixava, volante fórmula 1 do fittipaldi e preparava o motor com o Alemão e Pátias e ai vai, Opalão etc. Anos dourados e românticos. Meu pai (falecido ) Hélio de Freitas montou a Lanchonete Truc's na rua da iGREJINHA em 1973, foi um sucesso, vendemos em 1987, ele era aposentado do Banco do Brasil, morava na 308 sul, e eu estudava na Caseb de 1968 a 1972.


    Abraço,

    Hélinho de Freitas - 8116.3273

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  2. Diga Helinho,
    Lembro-me bem do Truc's da rua da igrejinha e era um point da galera jovem daquela época.
    Por falar em Caseb, você esteve na festa de 50 anos do caseb?
    Jovino

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  3. Grande Helinho,
    Pátias, era um contemporâneo nosso da Caseb em 1969 e que, se não me engano, morava na 308; George Pappas e Alemão eram os preparadores....
    Seu DKW-Candango fez muito sucesso no Pré Universitário e o Truc's foi ponto de encontro da rapaziada por um bom tempo.
    Abs, Hamilton França.

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