sexta-feira, 2 de julho de 2010

O FIM DAS CORRIDAS DE RUA NO BRASIL/AUTÓDROMO DO PELEZÃO

Em 1970 houve a última prova disputada nas ruas de Brasília com a realização do tumultuado mil quilômetros de Brasília debaixo de muita chuva com vitória da dupla Mineira Toninho da Mata e Clovis da Gama Ferreira a bordo de um Puma VW.

A prova começou com um atraso de mais de 3 horas e só foram cumpridos pouco mais de 800 quilômetros e depois da prova e de ter sido dado o troféu de vencedores aos pilotos mineiros, a organização da prova refez as contas da cronometragem e deram a vitória aos pilotos Marivaldo Fernandes e Emilio Zambello pilotos da Alfa GTA da equipe Jolly. Os mineiros ficaram com a taça de vencedores e os paulistas somaram os pontos para o campeonato.

O final das corridas de rua no Brasil também tiveram, como influência, a tragédia nas ruas de Petrópolis onde morreram dois pilotos, o Sergio Cardoso e o Cacaio, além de uma outra vítima que estava assistindo a prova.

Com a proibição das corridas de rua, os pilotos brasilienses passaram a usar o autódromo improvisado no estacionamento do Estádio Pelezão onde foram realizadas várias provas até a inauguração em 1974 do autódromo Internacional Nelson Piquet.

Neste autódromo, foram disputadas várias corridas, uma delas, o poderoso porsche 910 da equipe Hollywood, pilotado pela dupla Alex Dias Ribeiro e Anisio Campos, tiveram uma derrota inesperada imposta pela dupla brasiliense Luis Barata e Luis Estêvão. pilotando um Royale RP6 Chevrolet.

Porsche 910 da dupla Alex Dias Ribeiro e Anisio Campos
O interessante, é que, a referida prova, não consta em nenhuma revista especializada da época, isto, segundo um importante jornalista paulista que pesquisou sobre o assunto e colocou em seu blog todas as participações dos porsches 908/910 da equipe Hollywood, menos esta.
Então, mandei-lhe algumas fotos, que estão abaixo, comprovando a participação da equipe Wollywood e seus porsches e aí ele retirou o post do ar.

Royale RP6 Chevrolet da dupla Luiz Barata e Luiz Estêvão


(Fotos arquivo pessoal)

5 comentários:

  1. Jovino, Bom dia!
    Beleza de fotos.
    Não sei como andam os arquivos da Federação de Automobilismo de Brasília, mas eles lá não teriam o histórico dessa prova?
    Quanto a prova dos 1000 KM em 1970, achei estranho aquele Puma da CARBEL chegar na dianteira das Alfas e BMW's. Lembro que o sistema para auferir a passagem dos carros era muito rudimentar e feita através de contato visual e passado para que um anotador copiasse no mapa da prova.
    A Federação ficava alí na 310/311 sul e por ocasião das corridas, dava treinamento ao pessoal da equipe Alfa, responsável pela sinalização e segurança nas provas.
    Um abraço,
    Hamilton.

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  2. Hamilton, na realidade, o que fiquei sabendo é que o que teria validado foi a cronometragem do pessoal da equipe Jolly. Foi uma tremenda de uma confusão, pois houve uma quantidade enorme de inscritos para a prova e a cronemetragem precária, não estavam preparados, além do exercito que interferiu e quase prende pilotos e equipes por causa da revolta dos pilotos com a tomada de classificação para a prova.
    O nosso amigo Cezinha (grande gaitista) que frequenta o bar da lapa juntamente com o Pontual, foi um dos "Passagistas" desta prova.
    Se você quiser saber mais detalhes, entre no blog do meu amigo Mestre Joca que tem todos os detalhes, inclusive, nos comentários que são bem esclarecedores, coisas de bastidores que nunca foram revelados em revistas especializadas da época.
    Aliás, quem tem todos os resultados de provas é o Napoleão Ribeiro, mas existem sites que mostram todos os resultados.
    O link direto para o post do Joaquim é este abaixo:
    http://mestrejoca.blogspot.com/2009/10/os-quase-mil-km-de-confusao.html/
    ABs.
    Jovino

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  3. Os Mil Km de Brasilia de 1970 é uma prova que nunca saberemos quem foi realmene o vencedor.

    Eu estava lá e posso garantir que a confusão começou no momento em que os carros pararam para o primeiro pit-stop, coisa de umas 5:30 da manhã, uma vez que a corrida começara com atraso de três horas.

    Até aí, na madrugada chuvosa, a liderança se alternou entre a Alfa GTA de Piero gancia/Marivaldo Fernandes, o Bino Mark II de Lian Duarte/Totó Porto (melhor tempo, com 2m28s...), o estreante Fúria-FNM de Jayme Silva/Ugo Galina e o Puma do Toninho da Matta/Clóvis "Banana" Ferreira.

    Anos mais tarde o Toninho da Matta me contou que a grande vantagem do Puma-VW foi o jogo de pneus Dunlop para chuva.

    Um diretor da Carbel havia comprado o jogo de pneus na Europa erradamente como de chuva, só descobrindo o engano no Brasil.

    Aí, debaixo da chuva na madrugada o Toninho conseguiu livrar uma boa vantagem sobre as Alfa GTA, pois o Bino e o Fúria abandonaram no início da manhã com problemas mecãnicos.

    Foi então que a chuva parou e a pista começou a secar, com a GTA descontando volta a volta a vantagem do Puma. Segundo ainda o Toninho, a vantagem deles foi de somente uam volta, pois a prova foi encerrada com 839 Km ao invés dos 1000 Km regulamentares.

    Caso fosse percorrida a distãncia normal eles não teriam como segurar a Alfa, pelo desgaste já acentuado dos pneus.

    No final deram a vitória na pista para o Puma da Carbel, mas com o pedido de cancelamento da prova pela Jolly gancia - era abertura do campeonato barsileiro, lembrem-se...- apareceram com uma solução salomônica: deram os pontos da vitória para Piero Gancia/Marivaldo Fernandes e os prêmios e a taça para a dupla mineira.

    E ficou por isso mesmo...

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  4. jovino, fiz parte da turma que ajudou a arrumar e a amarrar os pneus velhos cedidos pelo estevão e sua renovadora de pneus ok para fazer complementar as cercas e fazer as defensas.
    a vitória do luiz antonio barata, com o royale e motor opala 4, sobre o alex com porsche, foi memorável.
    sobre a cronometragem. houve confusão para a largada; tumulto técnico-erótico-matrimonial na cronometragem durante a madrugada e, naturalmente, argumentos sensibilizantes da equipe jolly para fazer valer como prova isenta a sua própria cronometragem.
    coisas do automobilismo brasileiro. jrnasser

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  5. Joaquim, obrigado pelos esclarecimentos.
    Nasser, explica melhor este "tumulto técnico-erótico-matrimonial na cronometragem..."
    Jovino

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