Segundo o referido jornal, Luis Estêvão vendeu seu protótipo Ok-VW e ao fazer a contabilidade anual descobriu que o que levantara de prêmios compensara em muito o investimento, sem contar o retorno publicitário e financeiro que rendera para sua rede de revenda de pneus. Isso o animou a buscar um patrocinador maior e montar uma equipe em moldes profissionais.
Logo de início comprou um Royale acidentado cuja recuperação se mostrava dificil e convidou o Luis Barata como segundo piloto. Luis Cláudio Nasser seria o coordenador da equipe e Pedro leopoldo Duarte ( o Pedrão) o chefe dos mecânicos. Mas faltava o principal, o patrocinador. E através do José Roberto Nasser, na época editor de automobilismo do Correio Brasiliense, conseguiram despertar o interesse do grupo Importadora de Ferragens, que mantinha revendas Chevrolet em Brasilia, Belém do Pará e Rio de Janeiro.
A participação da Importadora de Ferragens foi decisiva para a equipe pois seu chefe de oficina, João Dezan, havia sido o preparador do motor do Opala de Bird Clemente, recordista brasileiro de velocidade em 1970 e que naquele ano (1972) pertencia ao gaúcho Pedro Carneiro Pereira. Os conhecimentos e capacidade técnica de João Dezan seriam fundamentais nos acertos do motor do Royale-GM.
Passou-se então à fase de construção do protótipo. Do Royale original acidentado aproveitou- se a parte central do chassi tubular, sendo alterada a distância entre eixos, alterando-se o centro de gravidade e refeitos os subchassis dianteiro e traseiro. O motor original Ford Cortina de 1600 cc foi substituido por um GM Opala quatro cilindros, com cilindrada alterada para 2.800 cc e estimados 200 Hp a 7.700 rpm.
As suspensões eram independentes nas quatro rodas, freios a disco, rodas de magnésio e 8 polegadas de tala na dianteira e 12 na traseira, calçando pneus GoodYear importados. A caixa de câmbio era Hewland de cinco velocidades e a carroceria, tipo spyder, fora aproveitada da original do Royale, mas com modificações na traseira e inclusão de dois faróis de milha.
O Porsche 910-Hollywood do trio Alex Ribeiro/Anisio Campos e Luis P. Bueno.
O Royale-GM estreou na inauguração do circuito improvisado em volta do Estádio Pelézão, uma prova confusa que teve como grande atração a presença do Porsche 910 da famosa equipe Hollywood, bicho papão das corridas brasileiras naquele ano e que seria pilotado pelo brasiliense Alex Dias Ribeiro, Anisio Campos e Luisinho Pereira Bueno.
A programação previa duas baterias no sábado e duas no domingo, sendo que nesta última, uma prova de duas horas de duração que acabou não ocorrendo. Apesar do amplo favoritismo do Porsche 910, e se beneficiando das confusões armadas por uma inexperiente equipe de cronometragem, Luiz Barata conduzindo o Royale-GM brasiliense conseguiu chegar à frente do Porsche da Hollywood numa discutida vitória que será tema do nosso próximo post.
(fotos reprodução)
Jovino,
ResponderExcluirA origem e destino dos Royale que correram no Brasil foi assunto de abertura do meu blog - mestre Joca - há quase dois anos atrás.
E sempre me intrigou este Royale-GM brasiliense. Agora creio que vc matou a charada com este post.
Pelo que foi colocado, o chassi deste Royale-GM era o mesmo do Royale Ford que pertenceu à equipe Greco e que sofreu um acidente nos 500 Km de Interlagos em setembro de 1971 com o piloto paranaense Sérgio Benoni Sandri.
E uma vez que tudo indica que não seja aquele que pertenceu ao Evandro Faleiros, seria interessante descobrir que fim levou este chassi.
Grande abraço e parabéns pelo post.
Interessante Jovino, ainda ontem estava pensando e até comentei com um amigo de uma visita que fiz a Eugeninho Martins em sua revenda GM se não me engano TransAm no Itaim Bibi. Ele era amigo de meu irmão Paulo e me mostrou dois Opalas que tinha para D3 -o ano 1971 ou 72- um seis cilindros o outro com um motor quatro cilindros com o cabeçote Berta , com saida de escape de um lado e admissão do outro. Este carro era para D3 classe B e tinha se não me engano 2.500cc. Ecredito que nunca tenha corrido e agora vc citando o motor desse carro penso que poderia ser um semelhante com a cilindrada aumentada. Acaso vc sabe de alguma coisa do motor?
ResponderExcluirUm abraço
Rui
Comentário importantíssimo do Catanha encaminhado para o meu email. Ele mandará mais relato.
ResponderExcluirVamos aguardar.
"Jovino,
quando faço comentário no blog não consigo enviar. Acho q tenho q criar um email no GOOGLE.
Eu, o Pedrão e o Claudio é que preparavamos o ROYALE chevrolet do Estevão e Barata, na Oficina nos fundos da Pneus OK no SIA. Era um barraco de madeira o qual colocamos o nome de BARRACÃO.
Tenho estórias pra te contar, acompanhei todas as corridas.
Abç.
Catanha"
Joaquim,
ResponderExcluirNaquela matéria que eu fiz sobre o Royale para o blog do nosso amigo Saloma que esta aqui na casa da Consuelo Jofilli, esposa do falecido Leo Faleiros, já ficava claro que o Royale do Luis Estêvão e o dele não eram os mesmos.
Mas se existia alguma dúvida, agora foi totalmente tirada.
Rui,
Tenho mais jornais da época e vou dar uma olhada para ver se tem mais informações.
Jovino
Obrigado Jovino.
ResponderExcluirRui
Catanha pode começar a falar, estou todo ouvidos, mas fale tudo mesmo, kkkk.
ResponderExcluirDiga Mauricio, o Catanha já fez um relato da construção do Pelezão e devo colocar no próximo post.
ResponderExcluirJovino