Com a organização do automobilismo brasileiro em divisões no início da década de 70, a que mais me fascinava era a Divisão 3, que reuniam os opalas, mavericks, dodges, Brasílias, chevetes, e principalmente, os fuscas (pinicos atômicos).
Lembro-me, que quando eles vieram pela primeira vez aqui em Brasília (1975), criou-se uma expectativa muito grande, pois estavam vindo a nata do automobilismo brasileiro correr com carros super preparados e o melhor da tecnologia da época, com os melhores pilotos.
Como sempre, naquela época, a forma de adentrar o autódromo era pulando a cerca de arame driblando os seguranças que levavam um baile de quem atravessavam as cercas.
No ano seguinte, no domingo, após entrarmos no autódromo da mesma forma, ficamos no elevado 2 aguardando os primeiros carros saírem para a pista,
Chegamos por volta das 7h da manhã e pensávamos que, sendo ratos de autódromos, seriamos os primeiros a chegar lá, mas já havia um torcedor que tinha atravessado a madrugado ali enchendo a cara de cachaça acompanhado de um inseparável violão.
Entre goles de cachaça e desacordes da viola desafinada, percebi que o cara não entendia nada de automobilismo e era mais um daqueles que ficara sabendo que haveria um grande evento envolvendo uma determinada atividade esportiva e queria participar de tudo, pois tinha informações que os carros eram muito rápidos e o seu fascínio era pelo Dodjão pilotado pelo Leopoldo Ebi Eçab.
Foi dada a largada e os mavericks e opalas pularam na frente, como esperado, mas os pinicos atômicos colados neles sempre dando muito trabalho.
O Dodjão do meu mais novo amigo largou lá atrás e parou para sanar algum problema nos boxes e voltou para a prova no meio do pelotão.
E os pinicos se aproximaram e começaram a passarem pelo dodjão como se ele estivesse parado, para a frustração do meu amigo quase que sofrendo um colapso alcoólico e que não acreditava no que estava vendo, pois, para ele, um dodge, com todo aquele visual e rodas muito largas, oito cornetas saindo pelo capô, não poderia nunca levar pau dos fusquinhas.
Enfim, o cara caiu num sono etílico profundo e eu sai para procurar outros ângulos no elevado 2 e só voltei quando a corrida terminou e todo o elevado já havia sido esvaziado, mas o cara ainda continuava imóvel com o violão jogado ao seu lado.
Tentei acordá-lo, mas era missão impossível, mas coloquei o seu violão debaixo do seu braço e fui para casa cansado e feliz da vida.
Abaixo, fotos desta prova que ficou na lembrança como um dos dias mais felizes que passei lá no autódromo Nelson Piquet.
Já copiei todas as belas fotos para meu arquivo. Pena que algumas não ampliam. O Blogger tem disso.
ResponderExcluirSe as fotos ficam muito perto umas das outras elas não ampliam.
Tente dar mais espaço entre elas, ok?
Diga Mauricio,
ResponderExcluirObrigado pela dica.
Se você quiser, te encaminho elas para o seu email, pois as tenho numa resolução muito boa.
Abs.
Jovino
Lindo os opalas..
ResponderExcluirManda sim Jovino. Thanks!
ResponderExcluirEu agradeceria se pudesse mandar para o meu E-mail essas fotos ...... Abçs
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