quarta-feira, 12 de maio de 2010

DIVISÃO 3 EM BRASILIA

Com a organização do automobilismo brasileiro em divisões no início da década de 70, a que mais me fascinava era a Divisão 3, que reuniam os opalas, mavericks, dodges, Brasílias, chevetes, e principalmente, os fuscas (pinicos atômicos).

Lembro-me, que quando eles vieram pela primeira vez aqui em Brasília (1975), criou-se uma expectativa muito grande, pois estavam vindo a nata do automobilismo brasileiro correr com carros super preparados e o melhor da tecnologia da época, com os melhores pilotos.

Como sempre, naquela época, a forma de adentrar o autódromo era pulando a cerca de arame driblando os seguranças que levavam um baile de quem atravessavam as cercas.

No ano seguinte, no domingo, após entrarmos no autódromo da mesma forma, ficamos no elevado 2 aguardando os primeiros carros saírem para a pista,

Chegamos por volta das 7h da manhã e pensávamos que, sendo ratos de autódromos, seriamos os primeiros a chegar lá, mas já havia um torcedor que tinha atravessado a madrugado ali enchendo a cara de cachaça acompanhado de um inseparável violão.

Entre goles de cachaça e desacordes da viola desafinada, percebi que o cara não entendia nada de automobilismo e era mais um daqueles que ficara sabendo que haveria um grande evento envolvendo uma determinada atividade esportiva e queria participar de tudo, pois tinha informações que os carros eram muito rápidos e o seu fascínio era pelo Dodjão pilotado pelo Leopoldo Ebi Eçab.

Foi dada a largada e os mavericks e opalas pularam na frente, como esperado, mas os pinicos atômicos colados neles sempre dando muito trabalho.

O Dodjão do meu mais novo amigo largou lá atrás e parou para sanar algum problema nos boxes e voltou para a prova no meio do pelotão.

E os pinicos se aproximaram e começaram a passarem pelo dodjão como se ele estivesse parado, para a frustração do meu amigo quase que sofrendo um colapso alcoólico e que não acreditava no que estava vendo, pois, para ele, um dodge, com todo aquele visual e rodas muito largas, oito cornetas saindo pelo capô, não poderia nunca levar pau dos fusquinhas.

Enfim, o cara caiu num sono etílico profundo e eu sai para procurar outros ângulos no elevado 2 e só voltei quando a corrida terminou e todo o elevado já havia sido esvaziado, mas o cara ainda continuava imóvel com o violão jogado ao seu lado.

Tentei acordá-lo, mas era missão impossível, mas coloquei o seu violão debaixo do seu braço e fui para casa cansado e feliz da vida.

Abaixo, fotos desta prova que ficou na lembrança como um dos dias mais felizes que passei lá no autódromo Nelson Piquet.


5 comentários:

  1. Já copiei todas as belas fotos para meu arquivo. Pena que algumas não ampliam. O Blogger tem disso.
    Se as fotos ficam muito perto umas das outras elas não ampliam.
    Tente dar mais espaço entre elas, ok?

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  2. Diga Mauricio,
    Obrigado pela dica.
    Se você quiser, te encaminho elas para o seu email, pois as tenho numa resolução muito boa.
    Abs.
    Jovino

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  3. Eu agradeceria se pudesse mandar para o meu E-mail essas fotos ...... Abçs

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